PM feirense acusado de participar de atos terroristas se defende e diz que estava em Feira no domingo

O ex-vereador e PM da reserva, o feirense Josafá Ramos teve imagens e conversas divulgadas pela imprensa no domingo (8) por supostamente ter participado dos atos terroristas em Brasília.

Em entrevista ao Programa Levante a Voz e site Conectado News na manhã desta segunda (9), o PM afirmou que estava em Feira de Santana desde quinta (5), confirmou que esteve nos acampamentos golpistas, mas nega ter conhecimento dos planos e feito parte dos atos terroristas em Brasília.

"Eu tomei como surpresa, ontem à noite estava na igreja, algumas ligações insistentes, e quando cheguei na casa da minha avó, no Tanque da Nação, me deparei com mensagens e informações, quando pude atender telefone, com esse conteúdo afirmando que estava em Brasília-DF, mas estou em Feira de Santana, desde quinta (5), estive em Brasília, não escondo minhas atividades e exibi tudo pelas redes sociais e inclusive registrando data, horário, local e com aparição da minha imagem, espero que os meios de comunicação tenham sido coerentes, por que algumas páginas de Instagram, blogs, que foram nesse atropelo, primeiro expuseram minha imagem, colocaram afirmações, associando a atos antidemocráticos e a terrorismo, de cautela tomei algumas providências, outras, refutei as informações nas próprias páginas, mas espero que os perfis tenham a hombridade moral para corrigir. Certifico de que estou em Feira de Santana, tenho passagem de ida e volta, histórico de vivência, fotografia, inclusive registrados no meu WhatsApp interagindo com a família", disse.

Josafá culpou a esquerda pelos episódios ocorridos no domingo.

"Sobre planejamento eu desconheço, é uma convicção utópica, também não tinha ideia de que a esquerda protagonizaria esses fatos, e imputando ao movimento, estive no QG (Quartel General), acampando em barracas, está bem registrado, é um movimento que fui contemplado a assistir e conhecer, até pelo faro jornalístico dos fatos, um movimento de reprovabilidade por várias circunstâncias do momento brasileiro que é do conhecimento de todos. Desconheço bolsonaristas radicais, o movimento no QG é de pessoas que tem esse lote de busca pela democracia e não aceitação de pessoa com ficha suja na presidência da república, tiraram o cara do presídio e colocaram na presidência da república, isso que o povo não aceita, é o que vemos lá. Gente de todos os estados do Brasil participaram em Brasília, isso que eu vi, bolsonarista radical jamais aguentaria 60 dias, fiquei 35 dias quando cheguei já tinha pessoas com mais de 30 dias, 70 dias numa vigilância permanente, difíceis de serem radicais", afirmou.

O PM finalizou, dizendo que não compactua com os atos de vandalismo na Capital Federal.

"Sobre os aspectos depredatórios, entendo ser lastimável, tem de ser apuradas e não cabe a mim tecer juízo de valor à respeito, não cometo esses atos e dificilmente fico perto de quem pratica, dizia para as pessoas e para a minha mãe que estavam preocupadas, pessoas que não sabia que eu estava em Feira, quinta estava tranquilamente aqui, vivendo minha vida. Para que não haja dúvida, se eu estivesse em Brasília, não praticaria nenhum ato delituoso, normalmente registraria todos os fatos da minha presença física, até para não correr o risco de ser vítima novamente de uma acusação estapafúrdia, ser acusado de algo que não fiz e em um lugar onde não estou, minha vida é um livro aberto", concluiu.

Em 2013, Josafá Ramos foi denunciado pelo Ministério Público Federal e chegou a ser expulso da polícia por diversos crimes, a maioria deles contra a segurança nacional, praticados durante a greve da PM, ocorrida entre os dias 31 de janeiro e 10 de fevereiro de 2012.

Em 2020, assumiu um mandato na Câmara Municipal de Feira de Santana por alguns meses, substituindo Pablo Roberto, que estava Secretário de Desenvolvimento Social.

Reportagem: Hely Beltrão e Luiz Santos