O narrador esportivo deixaria a emissora após a Copa do Catar. Houve um acordo. Vai permanecer pelo menos até o fim de 2024.
Ele terá mais liberdade para fazer campanhas publicitárias e eventos, sem uma agenda cheia na programação do canal.
Paralelamente, vai trabalhar em plataformas digitais em parceria com a Play9, empresa de produção de conteúdo do youtuber Felipe Neto e do jornalista ex-Globo João Pedro Paes Leme.
O esforço da cúpula da Globo em mantê-lo, mesmo sem a antes obrigatória exclusividade, se dá pela dificuldade de substituir um jornalista que se tornou personagem de si mesmo.
Goste-se ou não dele, Galvão é uma atração à parte nas transmissões. Atrai mais público, mobiliza as redes sociais e gera repercussão na imprensa.
É carismático e, ao mesmo tempo, irritante. Berra, se emociona, dá bronca, comete gafes, inspira memes.
Há quem o acompanhe na TV apenas para falar mal: não há maior prova de sucesso. Difícil se igualar a alguém tão autêntico e complexo.
Durante um tempo, Cléber Machado foi apontado como sucessor natural de Galvão. Perdeu a preferência para Luís Roberto, mais descontraído e midiático.
As transmissões dos jogos da Copa na TV aberta contam ainda com Gustavo Villani, Rembrandt Jr. e Renata Silveira, a primeira mulher a narrar partidas da Seleção na Globo.
Os três devem subir alguns degraus na escala de prestígio pelo bom trabalho executado no Mundial do Catar.
No SportTV, os narradores do evento são Luiz Carlos Junior, Milton Leite, Jader Rocha, Júlio Oliveira, Rogerio Correia, Natalia Lara e Everaldo Marques.
Este último é o que mais se aproxima do estilo histriônico de Galvão Bueno. Ganhou fama pelo bom humor ao microfone e o bordão "Ridículo".
Everaldo aumentou o número de fãs ao narrar competições da Olimpíada de Tóquio, em 2021. Sua euforia contagiou a audiência.
O jeito do jornalista agrada as novas gerações. A televisão precisa cativar esse perfil de público que dá prioridade à internet.
O surgimento de jovens ídolos de transmissões esportivas, como Casimiro, dono de recordes no YouTube e no Twitch, obrigará a Globo a sair da zona de conforto e dar mais espaço a quem fala a linguagem da 'galera'.
Por isso, na bolsa de apostas sobre um possível sucessor como principal narrador esportivo da emissora líder no Ibope, Everaldo Marques corre por fora, logo atrás de Cléber Machado e Luís Roberto.
Mas não será surpresa se, na Copa dos Estados Unidos, Canadá e México, Galvão Bueno ainda estiver no comando da cabine da Globo nos confrontos da Seleção Brasileira.
Aos 72 anos, ele demonstra ter fôlego de garoto para continuar a gritar "Olha o gol, olha o gol, olha o gol!" por muito tempo na TV.
Fonte Terra
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