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Educação IDEB Feira

"Temos que fazer um esforço imenso para recuperar o tempo perdido", diz Prefeito Colbert Martins sobre o baixo IDEB de Feira de Santana

IDEB 2021 divulgado no dia 15 de setembro

20/09/2022 13h31 Atualizada há 3 anos
Por: Hely Beltrão Fonte: Conectado News
Reprodução
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Na última quinta-feira (15) o MEC (Ministério da Educação) divulgou os dados do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), tendo o Estado da Bahia atingido a média 6,0 e a capital Salvador 5,4. Feira de Santana não apresenta os dados gerais, apenas de 28 escolas, que ao calcular a média dos resultados, alcança um IDEB de 4,1.

Veja o resultado do IDEB aqui. (Para visualizar a planilha é necessário que você tenha o Excel instalado).

Saiba mais: Bahia alcança melhor desempenho da série histórica do IDEB

Em entrevista ao Conectado News, o prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins (MDB) culpou a pandemia pelos baixos índices alcançados e reiterou quais são os planos para elevar a nota do município.

CN – O que fazer para melhorar as notas do IDEB de Feira de Santana?

Colbert Martins - A busca pelo IDEB sofreu um impacto fortíssimo com relação a pandemia, naquele período as escolas fecharam, quando isso acontece não há a possibilidade de fazer uma avaliação do aluno, da escola e do professor, nos próximos dois anos teremos muita dificuldade para ter essa representatividade adequada, o que vejo hoje como professor é que existiu um problema na diminuição da capacidade das pessoas estudarem e aprender, e isso precisa ser compensado. Como pode ser feito? Com aula extra, turno extra, uso de tecnologia, computador, com aulas que possam ser dadas a distância, com a identificação das maiores dificuldades, temos que avaliar numa turma quem possui dificuldades com relação a matemática, numa relação que precisará ter o envolvimento do professor. Se na turma, alguns estão com bom resultado e outros não, é necessário que essas pessoas tenham um reforço escolar, em ciências, matemática, português, o que for necessário, acredito que os próximos três anos serão de recuperação desse tempo que foi perdido, e precisamos fazer isso da forma mais responsável e técnica possível, não é toda a escola e todo aluno que terá a mesma variação, nem todos tem a mesma dificuldade, e os professores que precisarem de um reforço na sua didática, no que for necessário, reforçar também.

CN-Qual sua opinião sobre o uso da Inteligência Artificial na sala de aula?

Colbert Martins - Tenho muito cuidado ao falar sobre isso, porque um engenheiro da Google foi demitido meses atrás por ter dito que a inteligência artificial seria independente como a humana. Porque não usar a Inteligência Artificial para dar instrumentos para melhorar o ensino, identificar a dificuldade de um aluno? Essa pessoa precisa ter uma ferramenta, conhecimento específico, uma forma de transmissão bem diferente, as pessoas especiais têm muito mais facilidade com a tecnologia, o autista tem uma facilidade enorme com o computador, às vezes até maior do que outras pessoas, de qualquer forma, precisamos ter nesse momento conectividade, por que permite que as pessoas em suas casas possam ter acesso até pelo celular, mas sem o gasto de dados móveis, algo caro hoje em dia. Outro problema é que muita gente não tem computador em casa, a Prefeitura de Feira possui 17 mil Chromebook nas escolas, mas é preciso avançar. Semana passada estive em Salvador com o prefeito Bruno Reis (UB) que conseguiu uma ata de registro de preço para comprar tablet, estou interessado, lhe pedi a ata para ver se posso fazer isso também, para as crianças levarem o tablet para casa, utilizando-o do ponto de vista educacional, porém, isso é complementação, se a pessoa aprende, é preciso que ela aprenda com o livro, aqui cito Bill Gates, que disse, que antes dos filhos terem um computador, teriam livros, é preciso que o professor esteja à frente desse processo. No que se refere à nota, temos que fazer um esforço imenso para recuperar o tempo perdido, isso precisa ser feito da forma mais competente e técnica possível, porque esse tipo de carimbo vai ficar para os próximos 10 a 30 anos.

A secretária de Educação Anaci Bispo Paim disse que o resultado só comtempla as escolas cadastradas no Censo Escolar, e assim como o prefeito, culpou a pandemia pelos resultados ruins.

Foto: Bahia na Política

"Os resultados divulgados tanto pelo SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica) como do IDEB  última apresentação do MEC, contemplou as escolas que estavam cadastradas na base inicial do Censo Escolar, as escolas que foram incluídas posteriormente conforme prazo definido pelo MEC, não participaram, ou seja, foram divulgados apenas os resultados das escolas que tiveram a participação da inclusão na base Inicial, acredito que por essa razão, o resultado final geral do município não tenha sido liberado, mantivemos contato com o órgão que representa o INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) pela diretoria exatamente solicitando mais informações, os resultados das escolas são individuais, resultam exatamente da participação na avaliação que é feita da Prova Brasil e dos índices de evasão ou considerando também a questão da aprovação. Das escolas que foram consultadas com o resultado da aprovação, tivemos uma boa parte acima de 80%, esse dado precisa ser trabalhado para evidenciar o IDEB, que soma o resultado da prova com o resultado da evasão. É um ano totalmente atípico, em que as atividades presenciais só começaram a partir de 23 de agosto, mesclando a oferta com atividades presenciais e não presenciais e na participação da prova realmente o número de alunos participantes foi pequeno e em decorrência disso, houve uma baixa referência para cômputo geral do valor do IDEB considerando o total da rede", afirmou.

Reportagem: Luiz Santos e Hely Beltrão

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