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Justiça Caso Marcelinho

Caso Marcelo Felipe: Mãe cobra providências da justiça em Feira

Marcelo Felipe Guerra dos Santos Rocha

01/08/2022 06h06 Atualizada há 3 anos
Por: Ana Meire Fonte: Conectado News
Foto Arquivo pessoal
Foto Arquivo pessoal

Marcelo Felipe Guerra dos Santos Rocha 18 anos, morto a tiros, em decorrência de intervenção policial em Feira de Santana em 1° de abril, onde, na versão da Polícia Militar o jovem teria resistido a abordagem policial e deflagrado tiros contra os PMs (Auto de Resistência)

Em entrevista ao Conectado News nesta segunda feira 1º, a  assistente social e empreendedora, Daniela Guerra 37 anos, mãe de Marcelo, falou muito emocionada sobre a demora das investigações.

"Está uma  lentidão as investigações,   isso está me matando aos poucos,  os policiais foram bem rápidos para matar meu filho, está completando 4 meses e até hoje não tivemos  um posicionamento das autoridades”. diz.

"Após a primeira manifestação em 23 de maio, o delegado enviou o inquérito para o Ministério Público da Bahia(MP-BA), não estava concluso, em seguida foi devolvido para a delegacia, fui informada pela promotora de justiça que o caso ainda não tinha chegado ao (MP)".conta 

Segundo Daniela, a promotora disse ainda que não teve acesso ao inquérito nem  as imagens  que são importantes  pois comprovam que não houve troca de tiros".

"Eu tenho vídeos,  estamos aguardando o posicionamento da justiça, as gravações  mostram que  Marcelinho  estava estacionando o veículo.   Ao estacionar,  foi alvejado nas costas e morreu no local, ele  não tinha arma , nunca teve nem de brinquedo", afirma a mãe.

"O discurso da PM  é cansado e  feio, além de matar  covardemente  ainda suja a imagem de uma pessoa que sempre foi íntegra", relata.

 "Peço encarecidamente, pelo amor de Deus, para que outros  "Marcelo" não são sejam mortos  como o meu filho, que outras mães não sofram a dor que estou sentindo. O pior prejuízo foi a morte, não tenho como trazer a vida dele de volta",

"Chega de derramar  sangue  inocente polícia,  cometer crimes em nome da lei. Marcelo não foi abordado e sim executado, meu filho viveu 18 anos, a partida foi precoce, desastrosa  e despreparada pela PM", declarou.

"O nível de periculosidade que tenho de um bandido é igual  que tenho da polícia, tenho pavor quando vejo a polícia com exceção de alguns policiais . Peço as autoridade que coloquem câmeras nas fardas dos policiais, em outros estados já têm, não foi bandido que matou meu filho, foram policiais".

"Se os policias tivessem com câmera não iriam falar essa mentira que foi troca de tiros, não iria consumar a morte por conta da câmera", diz.

Depois que mataram perceberam que ele não tinha antecedentes criminais, Marcelo estava com as ferramentas de trabalho, o aparelho celular dele  e do cliente que iria entregar, o que prova a conduta dele, um jovem empreendedor que tinha sonhos,  que foram assassinados  pela polícia.

"É revoltante  sujar a imagem de Marcelo  e o  descaso das  autoridades, sem contar  que o aparelho celular de Marcelinho estava na delegacia  para ser periciado, foi dada a senha do mesmo, a polícia emitiu um documento informando que estava sem acesso  por falta de senha, sendo que a namorada dele me enviou  uma mensagem  dizendo que tinha alguém utilizando o celular dele, na sequência  amigos e clientes viram também que o número  estava on-line, temos prints do momento que o celular estava sendo usado , isso é querer fazer a gente de palhaço", reclama.

"Estou aqui como mãe, meu filho estava falando comigo na noite do crime e disse que estava aguardando a blitz acabar, que iria demorar para chegar em casa", ele morreu sem direito a defesa, até quando  vai ter mortes desta forma  e carregar a fama que foi troca de tiros com  a polícia?. A sociedade não aguenta mais", declarou.

Felipe estagiou no Banco do Brasil, concluiu o ensino médio e "nunca deu trabalho para os pais, ele motivo de orgulho para mim".

Em  lágrimas Daniela finalizou fazendo um clamor: "policiais pelo amor de Deus, vocês não estudaram  e se formaram  para  matar inocentes, o serviço de vocês é proteger a população, será que os PMs não têm filhos, sobrinhos,  para ter coragem de fazer uma coisa dessa? Não posso trazer meu filho de volta, todos os dias  choro e peça a Deus  justiça  por Marcelinho".

 "Parem de matar inocentes , acredito que fizeram isso com meu filho por ele ser negro, se fosse branco com um  carrão não fariam, meu Marcelo era um cidadão do bem", concluiu em prantos".

Ouça a entrevista com Daniela Guerra

Reportagem Ana Meire Dias 

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Ana DelmaHá 3 anos Feira de SantanaChega de derramar sangue de inocentes.
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