Luto, tristeza, medo e angústia, são alguns dos sentimentos ocasionados pela separação afetiva. Mas, nem todas as separações familiares terminam de forma amigável, e os adultos que têm dificuldades em lidar com esse processo e acabam prejudicando os filhos.
É nesse processo, que pode surgir um comportamento, considerado crime no Brasil, Alienação Parental, que é toda prática abusiva que interfere na formação psicológica da criança ou do adolescente, promovida ou induzida por um dos genitores quando repudiam um ao outro.
De acordo com a psicóloga materno-infantil, Ravena Leite, quando ocorre a separação, a criança sofre um rompimento afetivo. “Para a criança, ficar sem contato com um dos genitores, porque o alienador está tentando romper os laços afetivos, é considerado um luto, porque ela deixa de ver aquela pessoa que via com muita frequência, então é como se aquela pessoa tivesse morrido”, conta.
Quando um casal decide que é o momento de se separar , é preciso ter uma série de cuidados para minimizar os impactos negativos em relação ao desenvolvimento dos filhos. “Quando falamos de separação dos pais, antes de acontecer a separação física de fato, já acontece uma separação emocional, no qual a criança passa a perceber que os pais não estão bem. Então a criança já começa a sentir os impactos”, afirma Ravena em entrevista ao Conectado News.
*Impactos da alienação parental
Os conflitos entres os pais, podem ocasionar uma relação de rivalidade, que podem interferir no relacionamento dos filhos com os pais.
Segundo a psicóloga, em estágio mais avançado, a criança pode ficar sem querer ver o outro genitor. “Existem inúmeros comportamentos por trás dessa situação, a criança vai começar a apresentar ansiedade, apego com um dos genitores, depressão, medo, que podem ser manifestados com agressividade, problemas com aprendizagem. São muitos os impactos que a alienação pode causar na vida da criança”, esclarece.
A alienação parental, é uma falta de respeito aos sentimentos da criança. “A mãe ou pai que tentam fazer com que o outro genitor seja visto como inimigo da criança. Fala mal, fala das condutas, fala coisas ruins, isso deixa a criança confusa no meio dessa situação”, relata Ravena.
*Responsabilidade afetiva
Para concluir, a psicóloga dá dicas de como agir com empatia com os filhos, durante um divórcio entre genitores. “Tentar fazer a separação da forma mais amigável possível, conversando com a criança, mesmo as crianças de 2, 3 anos, é necessário explicar para essa criança como é que vai ser todo o processo para que ela não fique ansiosa. Explicar com quem a criança vai morar, em quais momentos ela poderá ver o outro genitor que não vai está morando com ela”, orienta.
Responsabilidade afetiva é se responsabilizar pelos sentimentos e expectativas, colocar-se no lugar do outro, ser honesto e transparente . “Os pais devem pensar na saúde emocional dos filhos, se preocupar com o filho e não somente com a relação. Não falar mal do outro na frente da criança, se tiver que resolver alguma coisa, resolva em particular e evite ficar criticando o outro genitor na frente do filho”, concluiu a psicóloga Ravena Leite.
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Ouça entrevista completa com a psicóloga Ravena Leite
Produção podcast Engledy Braga
Reportagem Luiz Santos e Engledy Braga
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