Quase dois meses depois do tarifaço imposto por Donald Trump, o setor cafeeiro brasileiro voltou a enxergar perspectivas de retomada das exportações para os Estados Unidos.
A Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) e o Conselho de Exportadores de Café (Cecafé) destacam dois fatores que alimentam o otimismo: o decreto assinado por Trump, em 5 de setembro, que inclui o café entre os produtos passíveis de tarifa zero; e o aceno do líder americano ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia-Geral da ONU, no último dia 23, quando mencionou a possibilidade de uma reunião entre ambos.
O decreto, que trata das chamadas “tarifas recíprocas”, lista produtos que os EUA não produzem em escala, como café e cacau, e abre margem para isenções. O país é o maior consumidor da bebida no mundo, mas quase não cultiva o grão. A medida, no entanto, condiciona a isenção a um acordo comercial bilateral — ponto que reforça a expectativa de diálogo entre Lula e Trump.
Até a adoção da tarifa de 50%, em agosto, o Brasil era o principal fornecedor de café para os EUA, respondendo por cerca de um terço do mercado. Desde então, as exportações despencaram, e a Alemanha assumiu a liderança entre os compradores do grão brasileiro.
Para Pavel Cardoso, presidente da Abic, o novo cenário é mais favorável: “Antes, não víamos perspectivas. Mas, com a possibilidade de encontro entre os dois presidentes e o café na pauta, há chances reais de mudança.”
Na mesma linha, Marcos Matos, diretor-geral do Cecafé, afirma que a sinalização traz ânimo ao setor: “O decreto reconhece que o café é estratégico para os EUA. A retomada do diálogo é essencial para viabilizar um acordo e destravar as exportações.”
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