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Política Operação da PF

Piloto acusa presidente nacional do União Brasil de ser dono de aviões que operam para o PCC

Brasil

18/09/2025 13h49
Por: Hely Beltrão Fonte: Conectado News
BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto
BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto

Fonte: Metropoles

O nome do presidente do União Brasil, o advogado Antônio Rueda, teria aparecido nas investigações da Operação Carbono Oculto, que investiga a infiltração da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) nos setores financeiro e de combustíveis.

Segundo apurou o Metrópoles, a Polícia Federal (PF) investiga a informação de que Rueda seria dono oculto de jatos executivos, que estão formalmente em nome de terceiros e de fundos de investimento.As aeronaves são operadas pela empresa Táxi Aéreo Piracicaba (TAP), a mesma que seria usada por dois dos principais investigados na Carbono Oculto: Roberto Augusto Leme da Silva, o “Beto Louco”, e Mohamad Hussein Mourad, o “Primo”, dono da refinaria Copape.

A Táxi Aéreo Piracicaba é uma empresa conhecida no mercado da aviação privada e já prestou serviço para vários políticos com mandato.

Uma das aeronaves, o Cessna 560XL de matrícula PRLPG, está em nome de uma empresa, a Magik Aviation, que é ligada a outra empresa, a Bariloche Participações S.A. Ambas têm o mesmo presidente.

Sediada no Itaim Bibi, em São Paulo (SP), a Bariloche pertence a dois empresários do ramo de mineração: Haroldo Augusto Filho e Valdoir Slapak.

Em novembro do ano passado, os dois foram alvo de mandados de busca e apreensão da Polícia Federal na Operação Sisamnes, que investiga a venda de sentenças no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ambos são donos do grupo econômico Fource. Os dois aparecem em mensagens do celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023, em Cuiabá (MT).

A Bariloche Participações S.A tem aportes de capital de um outro fundo, também chamado Bariloche, que por sua vez tem capital do fundo Viena, da gestora Genial — uma das principais do país, mencionada nas investigações da Carbono Oculto. O Viena reúne as características de um chamado “fundo caixa-preta”.

Tanto o fundo Bariloche FIP quanto o Viena aparecem nos registros da Comissão de Valores Mobiliários com abstenção de opinião de auditoria, o que mostra que eles sequer puderam ser auditados porque não entregaram documentos a auditores independentes. Essa é mais uma característica de um “fundo caixa preta”.

Além do Cessna 560 XL, as outras aeronaves seriam um Cessna 525A; um Raytheon R390; e um Gulfstream G200, avaliado em US$ 18 milhões – quase R$ 100 milhões.

Desse conjunto, o maior é o Cessna 560XL, com 12 assentos, dos quais 10 são para passageiros. A aeronave é considerada um jato de tamanho médio, com valor estimado entre US$ 2,4 e US$ 3,6 milhões, e tem autonomia de até 3,9 mil quilômetros.

Nos registros da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), uma dessas aeronaves, o Raytheon, tem como um dos donos um dirigente partidário do Republicanos no Estado do Ceará.

A Carbono Oculto foi deflagrada em agosto deste ano pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), em parceria com a Polícia Federal (PF) e a Receita Federal. A operação mirou cerca de mil postos de combustíveis, que movimentaram mais de R$ 50 bilhões entre os anos de 2020 e 2024.

Segundo os investigadores, o PCC tinha infiltrado todos os pontos da cadeia de combustíveis: desde a importação da matéria-prima até a distribuição nos postos. A investigação também apurou o uso de fundos de investimentos e fintechs para “lavar” o dinheiro — ou seja, dar uma aparência de legalidade aos recursos oriundos do crime.

O Metrópoles procurou Rueda, que negou qualquer associação com a Carbono Oculto. Segundo ele, seu nome “foi suscitado em um contexto absolutamente infundado”. E ainda ressaltou que “tomará todas as medidas cabíveis para proteger sua reputação”.

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