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Brasil Novas regras

Conselho Federal de Medicina proíbe uso de anestesia geral e sedação para realização de tatuagens

Decisão do CFM visa prevenir riscos após morte de empresário durante procedimento com anestesia geral

28/07/2025 10h43
Por: Mayara Naylanne
Bnews - Divulgação Reprodução Instagram
Bnews - Divulgação Reprodução Instagram

O Conselho Federal de Medicina (CFM) proibiu, nesta segunda-feira (28), o uso de sedação, anestesia geral ou bloqueios anestésicos periféricos para a realização de tatuagens. A medida foi publicada no Diário Oficial da União e vale para todos os tipos e tamanhos de tatuagens, em qualquer região do corpo. A única exceção é para casos médicos, como reconstruções indicadas por profissionais da saúde. As informações são do portal G1. 

A decisão surge meses após a morte do empresário e influenciador Ricardo Godoi, de 46 anos, em janeiro deste ano. Ele morreu em um hospital particular de Itapema (SC), supostamente após receber anestesia geral para fazer uma tatuagem. 

Prática comum entre famosos 

O uso de anestesia para realizar grandes tatuagens virou tendência entre algumas celebridades. O cantor baiano Igor Kannário, por exemplo, já revelou ter “fechado o corpo” em uma única sessão com ajuda de sedação. Rafaella Santos, influenciadora e irmã do jogador Neymar, também usou anestesia para tatuar um leão nas costas. 

Outro exemplo é o funkeiro MC Cabelinho, que contou em entrevista ter contratado uma equipe médica para realizar uma sessão de anestesia geral durante a tatuagem das costas. “Fiquei entubado, dormi por 8 horas. Os médicos disseram que era possível”, relatou. 

Riscos graves 

Especialistas ouvidos pelo portal explicam que procedimentos com anestesia geral fora do ambiente hospitalar são arriscados e podem levar à morte. A anestesiologista Esthael Cristina Querido Avelar alerta que a anestesia geral inibe a respiração espontânea e exige equipamentos adequados para ventilação do paciente. 

"Se o médico não conseguir acessar a via aérea por alguma condição anatômica, há risco de hipoxemia, que é a falta de oxigênio nos tecidos", afirma. 

Já o anestesiologista George Miguel Goes, do Hospital Albert Einstein, destaca que o preparo também é essencial. “O paciente precisa estar em jejum de oito horas, senão corre risco de broncoaspiração. Além disso, há riscos de arritmias, alergias e outras complicações.” 

Segundo os especialistas, há diferenças entre sedação e anestesia geral: 

Sedação: o paciente é induzido ao sono, mas pode ser acordado. Há perda parcial da dor, e o nível de consciência é reduzido. Pode ser feita em clínicas habilitadas pela Anvisa. 

Anestesia geral: o paciente entra em estado de inconsciência total, perde o controle da respiração e precisa ser entubado. Deve ser aplicada apenas em ambiente hospitalar. 
A resolução do CFM tem como objetivo coibir práticas perigosas e reforçar que o uso de anestésicos deve seguir critérios técnicos e de segurança. 

 

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