Por Luiz Santos e Hely Beltrão
No próximo sábado (8), comemora-se o dia internacional da mulher, e a CUT (Central Única dos Trabalhadores), preparou em Feira de Santana, uma programação especial. Leninha Valente, presidente da CUT Bahia, além de detalhar, em entrevista ao Programa Levante a Voz da Rádio Sociedade News FM, as ações da entidade sindical para este dia, também comentou sobre outros assuntos direcionados a agenda feminina e dos trabalhadores.
"Teremos no dia 8 de março, na base da nossa Central, atividades em vários sindicatos, não só da tanto da agricultura familiar que é o meu ramo, em Salvador realizaremos uma atividade coordenada pelo 8M e pela CUT, que sairá do Cristo direto para a Barra, será uma caminhada onde levaremos as pautas do dia a dia das mulheres e do mundo do trabalho, estaremos mais uma vez reafirmando a necessidade de pôr um fim na violência contra a mulher e da necessidade de garantia de direitos. Em Feira de Santana, na sexta (7), a partir das 9hs, no Sindicato da Agricultura Familiar, Adriana Lima, a nossa presidenta, sediará também um encontro que tratará dos direitos das mulheres, com participação de palestrantes renomadas da cidade, claro que eu como presidenta da Central não poderia ficar de fora, estarei presente acompanhando o debate".
Segundo Leninha, a violência contra a mulher ainda é a principal pauta de luta das mulheres.
"Temos algum desafios, como por fim a violência, as mulheres têm morrido muito, quanto mais denuncia, mais ficamos sabendo dos casos que acontecem, porque antes não existiam canais de denúncia e ficava tudo entre quatro paredes, hoje com os órgãos de denúncia como a DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), A Casa da Mulher, aqui em Salvador, ou seja, vários locais de acolhimento, por isso, as mulheres começaram a ter coragem de denunciar, fazendo com que se aumentem as estatísticas, dando a entender que a violência está crescendo, a questão do direito das mulheres, de atuar e estar onde quiserem, e com isso elas tem crescido cada vez mais e ocupando espaços de poder, seja na política, na sociedade, no mercado de trabalho e o outro ponto principal é a questão do trabalho propriamente dito, a mulher vai se empoderar, quando ela trabalhar, podendo participar de tudo, ascender na vida, crescer, ocupar espaço, mas, se não tiver o trabalho e renda, ela nunca terá essa liberdade, por isso, a vida da mulher passa principalmente pela questão da geração de renda, porque não precisa ficar pedindo a ninguém, a mulher passa a ter altivez na sociedade e ser dona dela mesma, não é uma disputa das mulheres contra os homens, mas uma luta por espaço na sociedade".
A Marcha das Margaridas
"A Marcha das Margaridas aconteceu em 2023, porque passou a ser feito ano sim, ano não, por conta do alto custo, colocar 100 mil mulheres em Brasília/DF não é fácil, por ser caro transporte, alimentação e estadia. O movimento nacional que organizava a marcha todos os anos, resolveu fazer ano sim, ano não, em 2023 coincidiu com o congresso da CUT, quando fui reeleita, Adriana Lima, Daniel, do Sindicato do Metalúrgicos e Josué do Sinttel, que nos representam na região de Feira de Santana, coincidiu com a data da Marcha das Margaridas em Brasília, por isso, nós da CUT ficamos impedidos de participar por conta do Congresso, foi uma coincidência, é tudo estatutário, não tem como adiar, 2025 é ano de ter a marcha, estaremos novamente organizando, continua o movimento nesta Marcha é onde são pautadas as demandas e reivindicações maiores, é um movimento amplo, não apenas de um segmento, por isso acaba saindo para dentro do Congresso Nacional e do governo federal algumas propostas para depois serem colocadas em prática".
Leninha confirmou que com a ascenção do PT à presidência, houve um relaxamento das entidades sindicais, o que segundo ela não é algo que deveria acontecer, pois, por ser minoria nas Câmaras de Vereadores e Congresso Nacional a luta deve continuar.
"Sou uma das que sempre avaliei que quando Lula ganhou em 2002, o nosso povo de fato deu uma recuada, achando que tinha resolvido tudo, mas eu era uma das que incentivava ir às ruas para fortalecer, porque tínhamos ganhado a presidência da república, mas não o Congresso, temos minoria nas câmaras de vereadores, onde começa o Brasil em cada cidade, em Feira de Santana temos minoria absoluta na Câmara de Vereadores, devemos estar atentos o tempo inteiro na luta, porque se fosse da vontade do presidente Lula, tudo era resolvido, porque ele tem um lado, apesar de entendermos que governo o governo deve ser para todo mundo, mas a corda quebra sempre do lado do fraco, o do trabalhador, o capital nos esmaga o tempo todo, é uma queda de braço, ou seja, quanto mais o setor capitalista, que é apenas um percentual pequeno, querem cada vez mais o dinheiro do país somente para eles, e aí fica na disputa para que o povo pobre, o trabalhador tenha seus direitos garantidos, como comer três vezes ao dia, estudar, saúde, ou seja, são lutas permanentes nossas, não temos o poder total em canto nenhum, a luta tem que ser permanente. No passado, o movimento bestificado, ou seja, deu uma recuada, depois, as pessoas entenderam que não, que deveria ir às ruas. Porém, também sofremos ofensivas graves, como o golpe contra a presidenta Dilma (PT), a ascensão do bolsonarismo, o movimento sindical rural por exemplo, a primeira ação de Bolsonaro (PL) foi tirar dos sindicatos o direito de dizer que o trabalhador rural era um trabalhador, porque quando faltava prova para se aposentar, uma declaração do sindicato servia como complemento. Com isso, ele pensou que o movimento sindical rural acabaria, mas pelo contrário, os trabalhadores compreenderam o que estava em jogo e voltaram para o sindicato, estão firmes, ou seja, temos muitas lutas a fazer diariamente, não é fácil. Não é que tudo está bom, poderíamos estar aliados ao governo para fazer essa citação do movimento sindical, mas não, sobrevivemos com a contribuição dos sindicalizados no dia a dia, a nossa central, estamos na rua sempre e não há um ato em que não estejamos participando. A mudança do Garcia a cada ano a estamos aperfeiçoando, na última segunda (3), realizamos um ato fantástico, basta ver em nossas redes sociais @cutbahia e @leninhavalente. A CUT congrega não só sobre sindicatos, mas para os movimentos sociais também, é uma referência na Bahia, não é fácil, por ser um estado gigantesco, sair de Salvador para Teixeira de Freitas, são mil quilômetros, e tem que ir, temos buscado organizar as regionais da CUT para dar capilaridade", concluiu.
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