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Ministro do governo Lula é acusado de importunação sexual

Brasil

06/09/2024 09h22 Atualizada há 1 mês
Por: Hely Beltrão Fonte: Conectado News
Edilson Rodrigues/Agência Senado, Marcelo Brandt/g1 e GloboNews/Reprodução
Edilson Rodrigues/Agência Senado, Marcelo Brandt/g1 e GloboNews/Reprodução

Fonte: G1

Interlocutores do governo Lula (PT) afirmaram nesta sexta-feira (6) que o presidente da República chamou a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, para confirmar a denúncia de que houve assédio ou importunação sexual por parte do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida.

As denúncias contra Silvio Almeida foram publicadas em reportagem do Metrópoles. Segundo a publicação, uma das vítimas foi a ministra Anielle Franco. A ONG (organização não governamental) Me Too Brasil confirmou ter recebido as denúncias e informou que as vítimas pediram anonimato. Anielle não chegou a se pronunciar sobre o caso.

    “Se ela confirmar, a situação dele no governo é insustentável”, diz um desses interlocutores de Lula.

Além de Anielle, Lula também quer ouvir Silvio Almeida, confirmou um aliado. O governo busca mais informações das outras denúncias relatadas na reportagem.

Mesmo sem a confirmação oficial, aliados de Lula afirmam que a situação do ministro é grave dentro do governo porque arrasta o desgaste para o colo do presidente Lula. Eles acreditam que o ideal seria Almeida se afastar até provar sua inocência. O ministro negou ter cometido assédio e publicou um vídeo em que diz que denúncias buscam atingir suas causas.

Há uma preocupação por parte do Planalto de que o ministro “não saia passivamente” e “saia atirando”, nas palavras de um colega da Esplanada. Um fato que reforça de que lado o governo está é a foto publicada pelo perfil da primeira-dama, Janja, beijando Anielle na testa.

Dois ministros ouvidos pelo afirmam que as histórias eram conhecidas nos bastidores desde o ano passado, mas que não houve denuncia na Controladoria-Geral da União (CGU), por exemplo. E que a denúncia teria de ser por importunação sexual, pois não há relação de hierarquia entre os dois ministros.

Dentro do governo, para além da investigação do caso, o governo vê como uma tragédia o episódio pelo simbolismo que carrega, envolvendo a figura de Silvio Almeida. E já espera a exploração do episódio pela oposição.

PF quer ouvir envolvidos

A Polícia Federal vai chamar para depor todos os citados na reportagem do Metrópoles sobre a existência de denúncias de assédio, entre eles o ministro Silvio Almeida, como denunciado e a ministra Anielle Franco, na condição de possível vítima.

O ministro Silvio Almeida publicou uma nota dizendo que repudia as denúncias e que nega os assédios.

"Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país", afirmou Sílvio Almeida.

Comissão de Ética da Presidência vai investigar

Em nota, o Palácio do Planalto informou que a Comissão de Ética da Presidência da República decidiu abrir de ofício um procedimento de apuração sobre o caso. Segundo o comunicado, o ministro foi chamado na noite desta quinta para "prestar esclarecimentos ao controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, e ao advogado-geral da União, Jorge Messias, por conta das denúncias publicadas pela imprensa contra ele".

"O Governo Federal reconhece a gravidade das denúncias. O caso está sendo tratado com o rigor e a celeridade que situações que envolvem possíveis violências contra as mulheres exigem", afirmou o Planalto.

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