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Economia Juros

Como a redução da taxa de juros afeta a vida do feirense? Especialistas explicam

Redução da taxa SELIC

03/08/2023 11h20 Atualizada há 2 anos
Por: Hely Beltrão Fonte: Conectado News
Membros do Copom, em primeira reunião de Galípolo e Aquino Foto: Raphael Ribeiro/BCB
Membros do Copom, em primeira reunião de Galípolo e Aquino Foto: Raphael Ribeiro/BCB

O Banco Central cortou os juros pela primeira vez em 3 anos, por 5 votos a 4, o Comitê de Política Monetária (COPOM), reduziu a taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) juros básicos da economia em meio ponto percentual para 13,25%. Em entrevista ao Conectado News, o professor de economia da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Antônio Rosevaldo, explica na prática o que muda no mercado e para o consumidor.

"A taxa de juros quando reduz, dá uma mexida muito grande na economia, porque as aplicações financeiras para quem gosta de viver de renda, terão uma pequena queda, nada que afete muito o ganho das pessoas porque continuamos com a taxa básica mais alta do mundo, é bom salientar que essa taxa básica é a raiz de toda a taxa de juros, em cima disso as instituições financeiras que trabalham com taxa de juros aplicam alguns ingredientes, como taxa de risco por exemplo, então, se aquele empréstimo que você vai tomar no banco tem um risco muito grande a instituição cobrará uma taxa maior de juros, ao mesmo tempo, uma aplicação financeira em um banco grande, vai te oferecer uma aplicação menor, porque tem segurança da instituição financeira, ao mesmo tempo instituições financeiras menores como os bancos digitais vão te oferecer uma taxa de ganho maior porque não são instituições financeiras consolidadas, isso afeta a aplicação financeira, quem toma empréstimo com a taxa de juros básica menor, a taxa de risco fica menor também e os empréstimos tendem a ficar mais baratos. A principal alternativa que provocou essa redução atual nos juros foi a pressão das grandes redes de varejo, que estavam praticamente sem vender nada em termos de bens duráveis, como geladeira, televisão, automóvel, com a taxa de juros alta as pessoas não estavam financiando a compra desses bens, para se ter uma ideia, As pessoas só estavam trocando esses bens, por exemplo, uma geladeira, quando não tinha mais conserto, aquela troca de geladeira que toda dona de casa gosta de fazer periodicamente não estava acontecendo, a troca da televisão por uma mais moderna. Com a taxa de juros menor, a tendência é que as pessoas voltem a comprar, isso vai agilizar a economia, porque as empresas vendendo mais, terão de contratar mais pessoas, vai gerar emprego, na economia, evidente que a redução de meio ponto percentual não é muita coisa, mas dá uma sinalização de que o Banco Central pode vir realmente a reduzir mais ainda a taxa de juros, estima-se que se, em cada reunião reduzirem os juros em meio ponto percentual, teremos uma redução total de 5% na taxa básica de juros e a economia fluindo. Neste cenário o problema será outro, reduzir a demanda das pessoas para não gerar inflação na economia, mas, por enquanto, essa redução é muito benéfica para a sociedade", disse.

O economista explica como a redução da taxa de juros afeta as contas públicas e como isso beneficia a população.

"Teremos uma redução dos juros pagos, sobrará mais dinheiro para a saúde, educação e investimentos no país, essa é a grande vantagem, mas temos que levar em conta uma consciência de patriotismo, principalmente aquelas pessoas que mexem com comércio, para não aumentar os preços sem necessidade alguma, é preciso ter ideia de que você não vai lucrar a vida inteira com um produto, então evitar aumentar o preço do produto sem necessidade, sem ter nenhuma coisa que impacte no repasse para o preço, aumentar imensamente o preço dos produtos gera inflação, e se tiver inflação o Banco Central será obrigado de novo aumentar a taxa de juros, voltando a situação atual, onde o varejo não vende, é preciso ter uma consciência que não aumentar os preços, ao mesmo tempo as pessoas precisam também tomar consciência de não comprar aquilo que não necessita, porque quando aumenta a demanda, aumentar os preços, essa é a consciência", afirmou.

Gerente Geral da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) em Feira de Santana André Luiz Pitombo explica os impactos para o comércio feirense.

"Para o comércio de uma forma geral é muito bom, porque você começa a ter um crédito mais barato na praça", disse.

Para André Luiz, o Desenrola Brasil terá um impacto muito positivo na economia.

"Ainda não temos os dados oficiais ainda, porque é algo bem recente ligado diretamente ao governo federal, mas, podemos mensurar que é muito bom para o comércio de uma forma geral, porque quando o inadimplente passa a honrar os seus compromissos, cuidar do seu crédito, ele passa a estar apto a comprar novamente, e isso para o comércio é algo muito bom, a economia começa a girar novamente, as pessoas começam a comprar e as lojas começam a faturar", disse.

Reunião do COPOM

"Esperamos gradativamente que os juros baixem, a inflação está controlada, cada vez que se consegue baixar mais a taxa de juros, consequentemente será liberado crédito mais barato, com mais crédito as pessoas passam a consumir mais, e isso é muito importante para o comércio de uma forma geral", concluiu.

Reportagem: Hely Beltrão e Luiz Santos

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