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Ex reitor da UEFS lança livro contando a história de baiano morto pela Ditadura Militar

Domingo (21)

21/05/2023 08h56 Atualizada há 2 anos
Por: Hely Beltrão Fonte: Conectado News
Divulgação
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O ex reitor da UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana) Dr. José Carlos Santana, estará lançando na quarta (24), no auditório de mestrado em História da Universidade, o livro "Tempo dos Cardos", que tem como objetivo principal, contar a história do baiano João Leonardo da Silva Rocha, preso político pela Ditadura Militar.

Em entrevista ao Programa Levante a Voz da Rádio Sociedade News FM, José Carlos deu maiores detalhes acerca do livro.

"O livro será lançado na Universidade Estadual de Feira de Santana, Tempo dos Cardos. Esse livro tem uma importância muito grande para quem deseja conhecer um pouco mais da história até hoje não bem contada da opressão política exercida no Brasil no período da Ditadura Militar. O personagem principal do livro é o João Leonardo da Silva Rocha, que hoje em dia, talvez não seja um nome tão lembrado, mas ele é um baiano nascido em Amargosa. Ele que fez a sua luta política em São Paulo sendo depois exilado em Cuba e assassinado em Palmas de Monte Alto/BA em 1975. Esse livro, tem uma importância muito grande, por também ter sido escrito por um dos militantes políticos que também foi preso, o jornalista Celso Horta, que infelizmente faleceu em abril deste ano, antes do livro ficar pronto", disse.

O ex-reitor citou durante a entrevista o caso noticiado pelo Conectado News, onde um bancário foi demitido na época da Ditadura Militar e reintegrado 60 anos depois. Para o ex-reitor, este é um exemplo das arbitrariedade cometidas à época.

"Esse caso do bancário que retornou ao trabalho 60 anos depois, é só um dos casos mais emblemáticos. Sabemos que a ditadura militar no Brasil foi um dos períodos de maior truculência. Para se ter ideia da importância de João Leonardo para a sua época, quando ocorreu o sequestro do embaixador americano Charles Elbrick, e para libertá-lo a condição era que 15 presos políticos fossem soltos, João Leonardo era um deles, isso dá uma dimensão da importância política de João Leonardo em 1969. Atualmente, precisamos recordar quem foi esse combatente, esse baiano que teve a sua parcela na construção de um mundo melhor.

Dr. José Carlos finalizou, afirmando não ter interesse financeiro no livro por se tratar de homenagem a João Leonardo e ao jornalista Celso Horta, que será cobrado apenas o valor suficiente para pagar uma nova tiragem do livro.

"Não temos um interesse financeiro, é uma homenagem a Celso, que providenciou a impressão de 500 exemplares antes de morrer. O livro será disponibilizado ao preço suficiente apenas para que possamos fazer uma nova tiragem, o livro está sendo vendido ao valor de R$ 40,00. O livro estará disponível durante o seu lançamento, mas, quem quiser poderá comprar diretamente na editora Expressão Popular. O livro possui 340 páginas e não fala somente da história do João Leonardo, mas também do próprio movimento que foi criado a partir uma dissidência da Ação Libertadora Nacional, criado por Marighela, que já estava morto. Foi uma saga e um massacre, por que quase todos foram assassinados pela Ditadura Militar, eram jovens, entre 20 a 40 anos em sua maioria. Outra coisa importante que gostaria de ressaltar, é que durante o lançamento do livro, eu estarei à mesa fazendo a apresentação do livro, e participarão comigo, on-line, o Zé Dirceu e Ana Corbisier, contemporâneos de juventude e companheiros de luta de João, que vão falar sobre suas experiências. Ana é uma personagem importante do livro, uma paulista de classe alta, que deixou a sua vida de alto padrão para militar em prol dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiras", concluiu.

Reportagem: Luiz Santos

7 comentários
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Cléo Medeiros Há 2 anos Alagoinhas Bahia Gostaria de adquirir o livro online. Por onde posso fazê-lo?
Diva SantanaHá 2 anos SalvadorParabéns professor José Carlos, necessária homenagem ao João Leonardo da Rocha, especialmente com o objetivo de informar a maioria de pessoas que desconhecem essa passagem que durou 21 anos de perseguição, prisão mortes, tortura, execução e ocultação dos seus corpos. Estive em Palmas de monte alto, primeiro em uma audiência na cidade, realizada pó deputado Marcelino galo, o que foi muito importante pois a população sabia que ele era um pistoleiro. Qdo foi executado por policiais de Salvador.
JONGA CARVALHOHá 2 anos ssaO ex reitor deveria ter vergonha em apoiar o movimento mais cruéis da humanidade.Terroristas nao sao heroi sao bandidos
ZecaHá 2 anos LAURO DE FREITASImportante a História contada com rostos, fatos e dados! O resto é conversar para boi dormir ou mugir.
Wagner Há 2 anos Feira de Santana Terrorismo, assassinatos, torturas, genocídio. Tem sido essa a marca das FFAA brasileiras. Lula, Dirceu,Dilma, Marighela,Lamarca, são apenas alguns nomes que lutaram e lutam pela soberania popular. Opor-se a essa verdade é típico de fascistas e traidores da nação.
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