De acordo com o Ministério da Saúde, Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional é um disturbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade.
A doença tem afetado alguns famosos na Bahia, a exemplo da Jornalista e apresentadora da TV Bahia Jéssica Senra e mais recentemente a também jornalista Patrícia Laís que divulgou em suas redes sociais.
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A psicóloga Érica Cardoso explica aos leitores do Conectado News, o que é, as causas, quem está mais suscetível e as formas de prevenção da Síndrome de Burnout.
“A Síndrome de Burnout nada mais é do que a síndrome do esgotamento profissional, depressão do trabalhador a sigla Burn significa queima, vem do inglês e Out significa fora, em uma metáfora significa fogo de dentro para fora porque é caracterizada pela exaustão física e mental desse trabalhador, causando alterações na bioquímica do indivíduo, perda cognitiva, liberação de Cortisol (Cortisol é um hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais, que estão localizadas acima dos rins) dificuldade de lidar com o outro muito relacionada a situações de trabalho desgastante.
CN – Quais são as causas?
Érica Cardoso - Uma das causas principais é o excesso de trabalho, que demanda competitividade e responsabilidade, que acomete principalmente médicos, enfermeiros, professores, policiais jornalistas, bombeiros, pessoas que trabalham sob pressão ou pessoas que os objetivos de trabalho são difíceis de alcançar, situações em que o indivíduo pensa ser incapaz de cumprir aquele ofício, o sentimento de desvalia nessa pessoa é muito grande e por isso se torna uma das causas principais da Síndrome de Burnout.
CN – É verdade que a Síndrome de Burnout acomete mais as mulheres?
Érica Cardoso - Infelizmente é verdade, as mulheres sofrem mais com a Síndrome de Burnout, de acordo com pesquisa feita pela empresa internacional de Consultoria e Performances Profissionais Mckinsey, 42% das mulheres em 2021 apresentam sintomas da Síndrome, contra apenas 35% dos homens. Alguns fatores levam a isso, entre eles, a desvalorização do trabalho feminino, principalmente as mulheres que são mães, têm uma jornada de trabalho mais extensa porque têm a rotina de trabalho dentro de casa com os filhos, família, esposo, as mulheres também têm menos oportunidade de crescimento nas empresas, os salários são mais baixos, são vistas como menos competentes do que os homens e além de tudo, sofrem uma grande pressão da sociedade porque precisam sempre ser boas em tudo para serem minimamente valorizadas, as mulheres se cobram o tempo inteiro para serem boas mães, esposas, donas de casa e profissionais, querem que elas trabalhem como se não tivessem filhos e sejam mães como se não tivessem trabalho, essa conta não fecha.
CN – Como se prevenir?
Érica Cardoso - Quando falamos em prevenção, é necessário mencionar o diagnóstico precoce, porque que assim que se identifique os primeiros sintomas, o indivíduo deve procurar ajuda médica imediatamente, o diagnóstico é feito pelo psiquiatra ou pelo psicólogo, que são os especialistas mais indicados para dar a melhor orientação de acordo com cada caso, porque muitas pessoas não buscam ajuda por não saberem ou não conseguir identificar todos os sintomas, e por muitas vezes acabam negligenciando a situação sem saber que algo mais sério pode estar acontecendo, desencadeando a Síndrome. Normalmente esses sintomas surgem de forma leve, mas tendem a piorar com o passar do tempo, por esse motivo as pessoas acham que pode ser algo passageiro e não é, então para evitar problemas mais sérios, assim que se notar os sintomas, é necessário buscar apoio das pessoas da nossa rede de apoio, pessoas que confiamos, família, amigos, adotar no cotidiano práticas que tragam algum tipo de satisfação, esporte, lazer, exercícios, um hobby, para tentar minimizar os efeitos do estresse no dia a dia. A pessoa deve ter um mecanismo de defesa além do trabalho, um estilo de vida mais saudável, essas atividades podem contribuir na redução dos sintomas assim como prevenir a doença.
Reportagem: Hely Beltrão
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