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Porque no Brasil não temos terremotos como o da Turquia? Especialista da UEFS explica

Quarta (08)

08/02/2023 12h33 Atualizada há 2 anos
Por: Hely Beltrão Fonte: Conectado News
Ascom UEFS
Ascom UEFS

Um terremoto de magnitude 7,8 atingiu a região central da Turquia e o noroeste da Síria na manhã de segunda-feira (6), causando mais de 11 mil mortes nos dois países e deixando mais 10 mil pessoas feridas, além de milhares de desaparecidos. Na Turquia, 8.700 morreram, segundo o último balanço do governo; na Síria, foram 2.700.

O total de mortos na Turquia e na Síria devido ao terremoto de magnitude 7,8 da última segunda-feira passou de 11 mil; só no território turco foram 8,7 mil mortos, e, no sírio, 2,7 mil. 

Segundo o Laboratório Sismológico (LabSis), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), já foram registrados 05 tremores de terra na Bahia somente este ano. Em entrevista ao Conectado News, o professor da UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana) o geólogo Carlos Uchoa explica o que causou o terremoto na Turquia e Síria e porque não é possível acontecer a mesma situação no Brasil.

"A região da Turquia é cercada por várias falhas geológicas, limites de placas tectônicas, e por isso é uma área que constantemente ocorre terremotos. Esse terremoto de 7,8 está associado a uma dessas fases, o deslocamento de uma dessas falhas, porque é uma região que vai acumular muita energia e a dissipação dessa energia ocorre exatamente quando a falha é deslocada, esse bloco rochoso se movimentou em torno de 3 metros e foi o suficiente para ocasionar esse abalo sísmico de magnitude 7,8, que é muito alto, embora toda a área atingível ao longo de uma extensão de aproximadamente 100 Km da falha no deslize horizontal e aproximadamente 50 km de profundidade, o foco do terremoto foi em torno de 18 km".

CN - Há possibilidade de prever esses acontecimentos com dois anos de antecedência, conforme divulgado nos jornais?

Carlos Uchoa - Não é possível, ainda não existe tecnologia suficiente para isso, sabemos as áreas mais propensas a existir abalos sísmicos, terremotos de alta magnitude, mas isso não nos dá o conhecimento suficiente para dizer quando vai acontecer, digamos, em um determinado mês, dia ou hora, isso infelizmente ainda não é possível e nem saberemos quando será possível. 

CN - Como é possível se prevenir? 

Carlos Uchoa - Infelizmente não tem como, o que pode minimizar é ter uma construção civil mais adequada para essas situações. A Síria é um país que está vivendo uma guerra, é um país pobre, a parte da Turquia que foi atingida possui construções antigas e isso faz com os danos físicos ocasionados sejam ainda muito maiores. 

CN - Na Bahia já tivemos alguns tremores de terra. Existe alguma possibilidade de ocorrer um terremoto dessa magnitude em nosso Estado? 

Não nessa magnitude, porque o Brasil está bem longe assim dos limites das placas e são nessas bordas que ocorrem esses terremotos de magnitude mais elevada, mas ainda assim alguns terremotos ocorrem por aqui no meio da placa, que pode ocasionar alguns danos, como o ocorrido no ano de 2020 em Amargosa, tiveram casas rachadas, paredes que desabaram, mas felizmente não tivemos feridos naquela situação. 

Reportagem: Luiz Santos e Hely Beltrão

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