Quase 4 mil variantes podem aumentar o risco de tabagismo e alcoolismo, segundo apontou um estudo publicado na revista Nature. Foram avaliados dados de 3,4 milhões de pessoas de diversas ancestralidades.
A maioria (80%) tinha descendência europeia. Os 20% restantes eram descendentes de africanos, norte-americanos e sul-americanos e pessoas do leste asiático.
Foram comparados os genomas dos participantes com seus hábitos de fumar e consumo de álcool relatados pelos próprios participantes. Mesmo vivendo em ambientes semelhantes, pessoas com maior predisposição genética fumam mais.
Os pesquisadores afirmam que a pesquisa tem o objetivo de contribuir para uma maior compreensão desses comportamentos. O estudo foi conduzido pela Universidade de Minnesota e contou com a colaboração de mais de 100 instituições.
"A amostragem aumenta a relevância das descobertas, pois se refere a uma população diversificada", afirma Dajiang Liu, um dos autores, do Centro de Saúde Pública da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos.
Os pesquisadores avaliaram traços indicativos de tabagismo e alcoolismo nos participantes, como a idade em que o hábito começou, a regularidade e a quantidade consumida e identificaram genes associados.
"Isso é promissor, porque ter dados mais robustos e diversificados sobre esses comportamentos nos ajudará a desenvolver ferramentas preditivas de fatores de risco que podem ser aplicadas a todas as populações", diz Liu.
Segundo ele, em até três anos as pontuações de risco genético podem se tornar parte do atendimento de rotina para indivíduos já identificados por triagem básica como estando em probabilidade superior de vício de álcool e tabaco.
Javier Costas, pesquisador do grupo de Genética Psiquiátrica do Instituto de Investigação em Saúde de Santiago de Compostela, afirmou que indivíduos nos 10% com maior predisposição genética ao tabaco fumam em média duas vezes mais cigarros por dia do que aqueles nos 10% com menor predisposição genética.
Esta é a maior pesquisa já realizada sobre o assunto. Segundo o estudo, o consumo de álcool está ligado a um gene chamado ECE2, envolvido no processamento da neurotensina. Já o número de cigarros fumados por dia está ligado a variações em um gene chamado NRTN.
"Ter dados mais robustos e diversificados nos ajudará a desenvolver ferramentas preditivas de fatores de risco que podem ser aplicadas a todas as populações", apontou Dajiang.
Fonte: A Tarde
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