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Justiça Caso Flordelis

Em julgamento, Flordelis diz que abusos motivaram o assassinato, mas nega crime

Ex-deputada lembrou que dois filhos foram condenados pela execução

12/11/2022 14h16 Atualizada há 3 anos
Por: Hely Beltrão Fonte: Conectado News
Réus: Marzy Teixeira, ao fundo, Rayane dos Santos, Simone dos Santos (de óculos). À frente, Flordelis e o filho André Luiz — Foto: Brunno Dantas/TJRJ
Réus: Marzy Teixeira, ao fundo, Rayane dos Santos, Simone dos Santos (de óculos). À frente, Flordelis e o filho André Luiz — Foto: Brunno Dantas/TJRJ

A ex-deputada Flordelis começou a ser ouvida no fim da manhã deste sábado (12) no julgamento em que é ré pela morte de seu marido, o pastor Anderson do Carmo.

Flordelis foi denunciada pelo MP de arquitetar o homicídio de Anderson, arregimentando e convencendo o acusado de ser o executor direto do crime (seu filho Flávio dos Santos Rodrigues) e os demais acusados, a participarem do crime sob a simulação de ter ocorrido um latrocínio. Outros quatro réus já foram condenados pelo caso.

Neste sábado, ao ser questionada sobre a razão do assassinato do pastor Anderson do Carmo, ela afirmou que o motivo foi supostos abusos que aconteceram na casa, inclusive contra ela.

“Hoje sim. É muito difícil para mim falar, mas foi a ciência dos abusos que aconteceram dentro da minha casa”.

"Ele era tudo para mim, ele era a minha vida", disse ela sobre o pastor Anderson. "Mas eu não acreditava que ele fosse capaz de ter esse tipo de atitude, por tudo que eu fazia por ele".

No depoimento, Flordelis falava, entre soluços e choro, sobre agressões e abusos cometidos durante o sexo.

“Ele me batia. Alguns filhos entravam na frente. Ele só parou de me bater quando um pastor muito amigo dele me tirou do quarto e se colocou para conversar com ele a sós”.

“Depois ele voltou a ficar agressivo, na área sexual. Ele só sentia prazer se me machucasse, e me machucava. Ele só chegava às vias de fato se me machucasse”.

Sobre os autores, ela lembrou dos filhos condenados, mas disse que não poderia confirmar a autoria.

“Eu não posso acusar ninguém, eu não estava presente no local, eu não vi. Eu não posso afirmar. Meu filho Flávio foi sentenciado e meu filho Lucas foi sentenciado", acrescentou.

Chorando, disse também que não tem que pagar pelos erros de ninguém e que é inocente:

“Eu não tenho que pagar pelos erros de ninguém. Há três anos estou pagando por uma coisa que eu não fiz. Eu estou sendo chamada de mandante do assassinato da pessoa que eu mais amei nessa vida”.

Durante o primeiro dia de julgamento, a promotoria leu o que considera indícios da participação de Flordelis no crime, como um diálogo com um filho adotivo que, para testemunhas como o delegado Alan Duarte, mostra que a pastora preferiu cometer o crime do que se separar, para evitar escândalos na igreja.

O delegado também narrou algumas supostas tentativas de envenenamento malsucedidas e que teriam sido promovidas por Marzy Teixeira, filha adotiva de Flordelis. Contou também que houve uma tentativa de contratação de pistoleiros para executar o pastor.

Fonte: G1

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