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Palco Cultural Eu faço parte

"Queremos universidade federal para Feira de Santana, diz Josué Mello

Eu faço parte desta história

22/09/2022 18h26 Atualizada há 3 anos
Por: Ana Meire Fonte: Conectado News
Foto Arquivo pessoal
Foto Arquivo pessoal

 

Natural de Largados – SE, Josué Mello é pastor, teólogo, sociólogo, filósofo e Especialista em Ciências Políticas e chegou em Feira de Santana em 1965, para ser pastor da Igreja Presbiteriana, em seguida foi habilitado para o magistério, atuando como professor dos colégios estadual, municipal, Colégio Santo Antônio e posteriormente realizou sua pós-graduação para ingressar no magistério da Universidade  Estadual de Feira de Santana (UEFS). Com o passar do tempo tornou-se também professor titular de Ciências Políticas da universidade. 

Josué Mello sempre teve um olhar sensível as coisas sociais e foi em uma parceria com diversas entidades que passou a desenvolver trabalhos de grande relevância para Feira de Santana , com ações que auxiliaram milhares de pessoas que viviam em situação de vulnerabilidade. Josué Mello destaca que sem o fortalecimento promovido pelas mais diversas entidades, não seria possível obter resultados tão bem sucedidos.

“Ser pastor evangélico naquele momento com os problemas enormes existentes nessa cidade  a  exemplo, o problema da mendicância. Então nós desenvolvemos um tipo de pastorado ecumênico em que eu precisei me juntar com a irmãos católicos, espíritas, maçons para a tentar equacionar e atender a população medicante de Feira de Santana e assim fizemos criamos a AFAS, uma entidade de direito privado sem fim econômico, atuando com o apoio do poder público. Em sete anos nós conseguimos recuperar todos os mendigos de Feira de Santana com um método pedagógico, colocando os filhos e as mulheres deles na escola e também qualificando os mendigos na terapia do trabalho, ensinando a cada um a defender a sua própria vida com o seu trabalho artesanal. Ensinamos aos cegos, aleijados a trabalhar com o arame, tecido, com o barro, a vender o seu produto e viver como consequência do seu produto, e o comércio participou disso. Em sete anos nós conseguimos lograr um êxito muito grande que teve uma repercussão em todo o país e até fora dele. Mas isso foi fruto de um trabalho ecumênico, nenhuma entidade sozinha podia fazer isso. Tudo isso só foi possível, porque nós nos juntamos presbiterianos, batistas, católicos, espíritas, maçons, rotarianos, etc.” , contou em entrevista ao quadro ‘Eu faço parte dessa história ', do Programa Levante a Voz da Rádio Sociedade News FM.

Após os trabalhos mendicância, Josué Mello voltou seu olhar para outro grupo que também necessitava de acolhimento, os migrantes.“Passamos a entender que o problema de Feira não era mendicância, era a migração, então nós partimos para um outro projeto que foi um projeto do SIM, Serviço de Integração de Migrantes. Também continuamos com a experiência ecumênica e buscamos recursos a nível internacional e desenvolvemos em Feira um centro de capacitação profissional do migrante.  Chegamos a capacitar em 25 anos 23 mil migrantes que saíram do SIM com dois cursos profissionalizantes, alfabetizados e com todos os seus documentos e a grande maioria já saiu com o emprego certo.”

Membro efetivo da Academia de Educação de Feira de Santana, Academia Feirense de Letras, Academia de Cultura da Bahia e da Academia Baiana de Educação, Josué Mello também tem grande influência na educação feirense. 

“Outro trabalho que realizei foi como educador e aí me preparei, fiz mestrado em educação, pós-graduação em ciência política e atuei na criação da Universidade Estadual de Feira de Santana. Fui o primeiro professor de ciência política, depois fui conduzido à reitor, a pró reitor no período do segundo reitorado de José Maria Nunes Marques. Depois dessa experiência de pró-reitor acadêmico, eu fui eleito reitor da Universidade no ano de 1991 até 1995 e foi uma experiência agradável. A gente pode também desenvolver uma nova concepção de uma universidade que deveria ser comprometida com o desenvolvimento de Feira de Santana e de toda a região, uma universidade que devia estar a serviço da comunidade de Feira não só na medida em que capacitava os seus estudantes, mas enquanto universidades. Por isso criamos o CUCA, um cuca administrado pela UEFS, mas para servir a comunidade de Feira de Santana e assim por diante foram muitas ações que desenvolvemos como reitor da Universidade Estadual de Feira de Santana”, recordou

“Tive a oportunidade de praticamente ser o primeiro diretor da FTC. Administrei a FTC como se fosse uma faculdade nossa, particular, com todo o amor, com toda dedicação para que ela viesse a se tornar a segunda universidade de Feira de Santana agora pela via privada. Foi então que com compramos aquele terreno, construímos aquele campus bonito que ali está, já todo com a perspectiva de que ela viesse a se tornar uma universidade privada, universidade particular de Feira de Santana que está no caminho. Hoje já é um centro universitário.”, disse.

“A Faculdade 2 de julho estava em crise e o pessoal me levou para tentar resolver os problemas e soerguer aquela instituição. E lá fiquei oito anos tentando levantá-la, não somente a faculdade, mas também o Colégio 2 de julho. Voltando depois desses oito anos, me dediquei de novo ao SIM que hoje é o INED -  Instituto de Educação e Desenvolvimento e acolhemos a Universidade Federal do Recôncavo que queria iniciar uma experiência de cursos universitários aqui em Feira de Santana. Hoje já em dia são oito cursos de graduação e quatro de pós-graduação com 1200 alunos e agora nós já estamos querendo transformar esses cursos em uma universidade autônoma, uma Universidade Federal de Feira de Santana e com foco na tecnologia. Isso acontecendo o INED, antigo SIM está disposto a doar a sua área, com seus prédios, todo o seu patrimônio para que sirva de campus dessa nova universidade federal que queremos para a Feira de Santana”, concluiu.

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