Após a morte da Rainha Elizabeth II ,o Rei Charles assumiu o trono na sexta feira 9. Em entrevista exclusiva ao Conectado News neste sábado 10, Matheus Oliveira Souza, Doutor em Administração pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Analista Internacional e Pesquisador do Programa Aplicado em Administração Política, explicou sobre as possíveis mudanças após falecimento da Rainha.
CN: O que muda no mundo após a morte da Rainha Elisabeth II?
Doutor Matheus Oliveira: A primeira e fundamental mudança é a transição na chefia do estado ou dos reinos que estão estavam sobre a Rainha Elizabeth e agora sobre o Rei Charles, é uma mudança de autoridade dessa figura que tem uma dimensão simbólica em termos da identidade britânica de representar a pátria os valores da sociedade britânica, mas também do ponto de vista político há um impacto nessa mudança de liderança, o perfil que se tem delineado já há um tempo do Rei Charles é um pouco diferente da Rainha Elizabeth II, há uma expectativa que ele seja mais protagônico no exercício de suas funções reais e suas prerrogativas enquanto chefe do Estado, mas a política tem suas surpresas".
CN: O Sr. acredita que o Rei Charles irá fazer mudanças radicais?
Matheus Oliveira: Tem duas tem duas linhas de possibilidades que os especialistas têm levantado nesse momento de mudança de transição, o Rei Charles vai buscar seguir a linha da Rainha, mas pelo próprio perfil pessoal dele um pouco mais engajado nos assuntos políticos. Ele é conhecido por ser um militante das causas ambientais, nesse sentido essa primeira não representaria nenhuma ruptura, não acredito em nenhum tipo de ruptura, afinal de contas o desafio que se coloca para manter os reinos que fazem parte de um conjunto de países que tem a Coroa Britânica como a chefia de Estado, há a possibilidade de que com essa transição alguns desses países possam se tornar repúblicas independentes, ele tem esse grande desafio, portanto uma postura de radicalizar em quaisquer agendas não seria a esperada neste momento.
Mas alguns especialistas entendem que pelo próprio perfil do Rei ele possa ser um ator político mais engajado no sistema da política interna na relação com o parlamento britânico, o que de certa forma romperia uma tradição britânica das relações internas da política doméstica entre a coroa e o Parlamento de alguma maneira menos intervencionista, essa é uma probabilidade que está sendo colocada por alguns analistas, na minha compreensão a primeira é a mais que se sustenta no cenário atual.
CN: Qual a expectativa do Rei Charles cumprir um mandato curto renunciar e o filho William assumir o reinado?
Matheus Oliveira: Pelas informações que obtive do falecimento da Rainha é pelo que tenho pesquisado sobre assunto pelo próprio discurso que que o Rei acabou de fazer para o seus súditos, na minha avaliação e expectativa é que essa essa transição antecipada não ocorra como alguns tem cagitado, parece que o Rei Charles vai querer viver as suas perspectivas reais, eu não tenho as informações mais detalhadas sobre seu estado de saúde, mas Pelas imagens que a gente observa pelos comentários que a gente vê na rede especializada ele não não parece estar sofrendo com alguma restrição que o impeça de exercer as funções reais, entendo que ele vai buscar fazer até quando puder.
A gente vai ter que avaliar quais são os impactos dessa transição nesses países que fazem parte da coroa britânica então a conjuntura dentro da comunidade dos reis na evolução das questões internacionais, desafios que poderão aparecer os desafios que já estão postos como da guerra entre Rússia e Ucrânia. Entendo que não temos elementos suficientes para cravar que o Rei fará um reinado transitório.
CN: Como o senhor analisa os comentários dos povos africanos que dizem que a Rainha deveria fazer mais pelos negros?
Matheus Oliveira: Por se tratar de um pais com historio colonizador ,a África foi um dos territórios dos pais a exploração britânicas exploração colonial britânica se deu com muita intensidade, eu acho que é uma agenda que deveria ter sido mais trabalhada, eu acredito que a Rainha com esse passamento histórico que já teve de 70 anos exercendo o poder perdeu uma oportunidade histórica de avançar mais nessa perspectiva, mas do outro lado a gente também tem notícias de que existem questões raciais extremamente complexa dentro da própria perspectiva das relações internas da família real, não pode se esquecer por exemplo dos escândalos recentes que ocorreram inclusive com informações atinentes a própria Rainha Elizabeth quando do casamento de um dos seus netos o Harry com a uma negra que é descendente, eles se desvincularam da família, inclusive com afirmações que existem componentes racistas, não é de surpreender que é um contexto como este tenha feito feito em relação aos países africanos. As populações a gente bem sabe que sofrem até hoje ,muitos efeitos de séculos de colonização de escravizaração, mas esse hiato que poderia ser feito, é essa lacuna, não me surpreende do ponto de vista de uma análise mais crítica, vamos ver se o se Rei Charles avança mais dentro dessa perspectiva apesar da gente ter exemplos de países que fazem parte a dessa comunidade dos reis vinculados a Inglaterra como o próprio Canadá que tem feito esforços no sentido de restaurar suas dividas históricas com populações historicamente perseguidas, mas com certeza no meu olhar é insuficiente.
Ouça a entrevista completa com o Analista internacional
Reportagem Luiz Santos e Ana Meire Dias
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