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Pesquisador da UFBA fala sobre os impactos no mundo após morte da Rainha Elizabeth II

Matheus Oliveira Souza, Doutor em Administração pela Universidade Federal da Bahia

10/09/2022 08h28 Atualizada há 3 anos
Por: Ana Meire Fonte: Conectado News
Foto Arquivo pessoal
Foto Arquivo pessoal

Após a morte da Rainha  Elizabeth II ,o Rei Charles  assumiu o trono na sexta feira 9. Em entrevista  exclusiva ao Conectado News neste sábado 10, Matheus Oliveira  Souza, Doutor em Administração pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Analista Internacional e Pesquisador do Programa  Aplicado em Administração Política,  explicou sobre  as possíveis mudanças  após falecimento da Rainha.

CN: O que muda no mundo após a morte da Rainha Elisabeth II?

Doutor Matheus Oliveira: A primeira e fundamental  mudança é  a transição na chefia do estado ou dos reinos que estão estavam sobre a Rainha Elizabeth e agora sobre o Rei Charles,  é uma mudança  de autoridade dessa figura  que tem uma dimensão simbólica em  termos da identidade britânica de representar a pátria  os valores da sociedade britânica, mas também do ponto de vista político há um impacto nessa mudança de liderança, o perfil que se tem delineado já  há um tempo  do  Rei Charles é um pouco diferente da Rainha Elizabeth II, há uma expectativa que ele seja mais protagônico no exercício de suas funções reais e suas prerrogativas  enquanto chefe do Estado, mas  a política tem suas surpresas".

CN: O Sr. acredita que o Rei Charles irá fazer mudanças radicais?

Matheus Oliveira:  Tem duas tem duas linhas de possibilidades  que os especialistas têm levantado nesse momento de mudança de transição, o Rei Charles vai buscar seguir a linha da Rainha, mas pelo próprio perfil pessoal dele um pouco mais engajado  nos assuntos políticos. Ele é conhecido por ser um militante das causas ambientais, nesse sentido essa primeira  não representaria nenhuma ruptura,  não acredito em nenhum tipo de ruptura, afinal de contas o desafio que se coloca para  manter os reinos que fazem parte de  um conjunto de países que tem a Coroa Britânica como a chefia de Estado, há a possibilidade de que com essa transição alguns desses países possam  se tornar repúblicas  independentes, ele tem esse grande desafio, portanto uma postura   de radicalizar em quaisquer agendas não seria a esperada  neste momento. 

Mas alguns  especialistas  entendem que  pelo próprio perfil do Rei  ele  possa ser um ator político mais engajado no sistema da política interna na relação com  o parlamento britânico, o que  de certa forma romperia uma tradição britânica das relações internas  da política doméstica entre a coroa e o Parlamento de alguma maneira menos intervencionista, essa é uma probabilidade que está sendo colocada por alguns analistas, na minha compreensão a primeira é a mais  que  se sustenta no cenário atual.

CN: Qual a expectativa  do Rei Charles  cumprir um mandato curto renunciar  e o filho  William  assumir o reinado?

Matheus Oliveira: Pelas informações que obtive do falecimento da Rainha é pelo que  tenho pesquisado sobre assunto pelo próprio discurso que que o Rei acabou de fazer  para o seus súditos, na minha avaliação e expectativa é  que essa essa transição antecipada não ocorra como  alguns tem cagitado,  parece que o Rei Charles vai querer viver  as suas perspectivas reais, eu não tenho as informações mais detalhadas sobre seu estado de saúde, mas Pelas imagens que a gente observa pelos comentários que a gente vê na rede especializada ele não não parece estar sofrendo com alguma restrição que o impeça de exercer as funções reais,  entendo que ele vai buscar fazer até quando puder.

A gente vai ter que avaliar quais são os impactos dessa transição nesses países que fazem parte da coroa britânica então a conjuntura dentro da comunidade dos reis na  evolução das questões internacionais, desafios que poderão aparecer os desafios que já estão postos como  da guerra entre Rússia e Ucrânia. Entendo que não temos elementos suficientes para cravar  que  o Rei fará um reinado   transitório.

CN: Como o senhor analisa os comentários  dos  povos africanos   que dizem que a Rainha  deveria fazer mais pelos negros?

 Matheus Oliveira: Por se tratar de um pais  com historio colonizador ,a África foi um dos territórios dos pais a exploração britânicas exploração colonial britânica se deu com muita intensidade, eu acho que é uma agenda que  deveria  ter sido mais trabalhada, eu acredito que a Rainha com esse  passamento histórico que já teve  de 70 anos exercendo o poder perdeu uma oportunidade histórica de avançar mais nessa perspectiva, mas  do outro lado a gente também tem notícias de que existem  questões raciais extremamente complexa dentro da própria perspectiva das relações internas da família real, não pode se esquecer por exemplo dos escândalos recentes que ocorreram inclusive com informações atinentes a própria Rainha Elizabeth quando do casamento de um  dos seus netos  o Harry com a uma negra que é descendente,  eles se desvincularam da família, inclusive com afirmações que  existem componentes racistas, não é de surpreender que é um contexto como este   tenha  feito feito em relação aos países africanos. As populações  a gente bem sabe  que  sofrem até hoje ,muitos efeitos de séculos de colonização de escravizaração, mas  esse hiato que poderia ser feito, é essa lacuna, não me surpreende do ponto de vista de uma  análise mais crítica,  vamos ver se o se  Rei Charles avança mais dentro dessa perspectiva apesar da gente ter exemplos de países que fazem parte a dessa comunidade dos reis vinculados a Inglaterra como o próprio Canadá que tem feito esforços no sentido de restaurar suas dividas históricas  com populações historicamente perseguidas, mas com certeza no meu olhar é insuficiente. 

 

Ouça a entrevista completa com o Analista internacional 

Reportagem Luiz Santos e Ana Meire Dias 

 

 

 

 

 

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