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Palco Cultural Eu faço parte

"Feira de Santana respeita as pessoas e dá oportunidades, sou muito grato", diz diretor do Museu Parque do Saber

Eu faço parte desta história

10/09/2022 08h08 Atualizada há 3 anos
Por: Ana Meire Fonte: Conectado News
Fotos Arquivo pessoal
Fotos Arquivo pessoal

Descendente de espanhóis e natural da cidade de Salvador Bahia, Basílio Fernandez chegou em Feira de Santana com sua esposa a convite do sogro, para fazer parte de um negócio em família. Porém o futuro reservava um caminho de sucesso na difusão cientifica no município que passaria a ser seu lar. O soteropolitano acabou abrindo mão de atuar na iniciativa privada para assumir a direção do Museu Parque do Saber Dival da Silva Pitombo, no qual foi implantado o primeiro planetário interativo da América Latina.

Basílio abraçou a missão de apoiar o grandioso projeto e comemorou o fato de o equipamento público já ter recebido pessoas de várias partes do mundo. “O planetário é um equipamento que qualquer grande cidade no mundo gostaria de ter e ele traz várias pessoas, de todos os lugares buscando um entendimento melhor do céu, da astronomia, de uma maneira geral da ciência. O equipamento que a gente tem é realmente diferenciado no sentido de qualidade. Então quando eu vim depois dessa parte de trabalhar na iniciativa privada, eu consegui uma colocação na Prefeitura de Feira de Santana para a Fundação Egberto Costa (FUNTITEC) e estava tendo o projeto do Museu Parque do Saber, desenvolvida a ideia por Augusto César Orrico e os engenheiros, arquitetos e paisagistas o José  Arsênio e  José Reinaldo. E a nova função exigia uma pessoa com entendimento de ciência e eu sempre gostei e desenvolvi algumas coisas relacionadas a questão de difusão científica e também na computação. Então a partir disso, a gente se engajou no projeto que hoje está com 14 anos e temos próximo a meio milhão de visitas”, recordou

Na FUNTITEC como diretor de difusão cientifica, Basílio trabalhou para trazer eventos de grande relevância para o município, entre eles a Palestra com Pesquisadores, realizado no Museu Parque do Saber que costuma trazer cientistas e pesquisadores tanto de Feira de Santana como de outras partes do Brasil e do mundo. Entre eles o pesquisador da Agência Espacial Americana (Nasa), Klaus Keil, além de diretores da Google e colaboradores da Fundação Planetário do Rio de Janeiro.

“Já tiveram alguns pesquisadores aqui. A gente desenvolve além das seções do planetário, alguns projetos como o ‘Palestra com pesquisadores’ e tivemos também a presença de um pesquisador da Nasa, o Klaus Keil, que infelizmente já faleceu, mas ele foi o pesquisador chefe de várias missões não tripuladas e teve aqui falando um pouquinho sobre essas pesquisas dele, sobre elementos químicos diferentes que ele viu no universo e que acabou classificando aqui”, contou.

Além dos trabalhos desenvolvidos na FUNTITEC, Basílio também levou o nome de Feira de Santana para fora do país, após ser co-autor de um artigo publicado na Revista Monthly Notices Royal Astronomical Society - MNRAS (Notícias Mensais da Real Sociedade Astronômica).   Além dele Dr. Gilney Zebende e o Dr. Marildo Pereira foram responsáveis por uma análise das flutuações de brilho de uma estrela sub-anã KIC 10670103 utilizando um método chamado Detrended Fluctuation Analysis - DFA (Análise de Flutuação sem Tendência).

“Hoje é eu sou mestre de formação, tenho alguns artigos científicos dentre eles um que foi bem desafiador que foi publicado em uma revista que todo pesquisador da Nasa consulta que em português seria o “Notícias Mensais da Real Sociedade Astronômica” e essa é uma das revistas bem difíceis de publicação, enfim por conta dos questionamentos e foi um grande feito isso, além de outros com pesquisadores como o doutor Gilney  Zebende e o Dr. Marildo Pereira. E hoje estou fazendo um doutorado  na UEFS de Ciências da Terra e do Ambiente. E também a gente está focando nessas coisas assim de satélite, imagens, etc. Então pesquisa tem sido o foco. E eu tento também na medida do possível fazer no Parque do Saber essa difusão”, destacou. 

O pesquisador que além de falar sobre os trabalhos realizados em Feira de Santana, contou em entrevista ao quadro ‘Eu faço parte dessa história’, sobre a sua admiração pelo município. “Feira tem a sua característica própria, além das universidades também é uma coisa que eu gosto e isso se entrelaça com o meu estilo de vida. E apesar de ter nascido em Salvador, eu sou de Feira de Santana, inclusive fui agraciado e estou muito lisonjeado em ter recebido o título de cidadão feirense e eu coloco isso sempre como uma forma de referência. Então eu sou um cara muito grato a cidade de Feira de Santana. E acho que muitas pessoas que aqui chegam devem ter um certo carinho por essa cidade, que ela respeita as pessoas, dá oportunidades. Eu costumo dizer que eu sou de Feira, nascido em Salvador, com passaporte espanhol e isso sintetiza um pouco a minha origem”, afirmou.

Na foto pesquisadores da UEFS que publicaram um artigo na Revista de Astronomia

 

Reportagem Jessica Campos 

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