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Conheça a trajetória do ex- vendedor de acarajé feirense que se tornou estrela internacional

Matheus Hava 25 anos

07/08/2022 13h09 Atualizada há 2 anos
Por: Ana Meire Fonte: Conectado News
Foto Ascom
Foto Ascom

O ex vendedor de Acarajé, feirense, Matheus Hava 25 anos, se tornou modelo de estampas  de grandes marcas  com carreira internacional, revelado em 2021.Morador do Conjunto Feira VII  até aos 18 anos e estudante  da rede  pública, Escola Municipal Prof. José Raimundo de Azevedo Caic ,Escola Municipal  Faustino Dias Lima e Centro de Assistência Social Santo Antônio (Ecassa) em Feira de Santana Bahia. Hoje morando em Berlin na Alemanha Matheus Hava viu em pouco tempo a vida dar um salto.

Em  menos de um ano de carreira coleciona trabalhos para grifes prestigiadas como Calvin Klein, Lacoste, além de editorias em publicações internacionais, como  Marie Claire.

Em entrevista exclusiva ao Programa Levante a Voz da Rádio Sociedade News FM de Feira de Santana, o fenômeno da moda  internacional contou sua trajetória de superação e sucesso.

 CN: Como foi sua infância até  chegar a realização desse sonho?

Matheus Hava:"Desde cedo que comecei trabalhar com minha mãe vendendo acarajé, não lembro com quantos anos ela começou a vender acarajé, mas trabalhei desde os 7 anos de idade até os 17, tentei conciliar o trabalho com minha mãe  após começar trabalhar e em uma academia como auxiliar. Estudava pela manhã, à tarde trabalhava na academia, quando dava  4h, ajudava minha mãe colocar  e montar banca de acarajé, depois  voltava para academia para finalizar o meu turno, depois  retornava para casa  para ajudar até o final da noite e assim eram todos os dias de terça a sexta-feira".

"Quando  completei 18 anos, fui morar com a minha avó,  comecei  trabalhar com venda de chip e plano de operadora de telefonia  por 2 anos,  fiquei desempregado cursando a  faculdade, ficou difícil emprego,  então decidi morar no Rio de Janeiro com uma prima, fiquei com ela três meses até conseguir alguma coisa, em seguida conseguir  trabalhar, aluguei uma casa  as coisas foram  dando certo e nesse meio tempo  tive vontade de modelar, mas alguns achavam que eu não tinha perfil , cheguei ir ás festas de trabalho, o pessoal sempre falava, porque você não  tenta carreira para modelo". 

"Procurei agências, algumas me procuraram e pediram investimento  alto, como não tinha como pagar e medo de tentar fazer esse investimento por  ver muitas pessoas que já tentaram e não trabalharam, só fizeram gastar dinheiro, passei dois anos  tentando em agências erradas e acabei desistindo.

Continuei trabalhando com salgados e doces, foi quando veio a pandemia da Covid -19, as vendas  começaram  a cair, daí decidi tentar novamente , comecei  procurar agências em São Paulo por indicação de um amigo ele falou que era realmente sério o trabalho da agência em uma dessas tentativas  uma agência me aprovou fiz  avaliação pessoal e aprovado no mesmo dia".

 "As agências sérias não  cobram investimentos iniciais, elas só  começam  trabalhar se realmente acreditar no potencial do profissional, elas  investem mesmo, e a gente vai retornando os pagamentos dos trabalhos com os serviços que  a agência  vai conseguindo, foi bem tranquilo, com 4 meses modelando consegui oportunidade de vir para Alemanha e  chegando no país já assinei contrato com uma das maiores agências aqui, daí em diante só sucesso graças a Deus".  

CN: Qual a mensagem você deixa  para a criançada e aqueles que têm o sonho de ser modelo?

Matheus Hava: "Antes de entrar para agência eu achava que seria um empecilho a minha idade porquê geralmente os modelos começam aos 16 anos, eu tinha 24, achava que poderia ser um obstáculo, mas quando  finalmente comecei  descobri que a idade hoje em dia já não importa tanto, pode começar dependendo da idade, tem  modelo  que começa com 30 ,não influencia o estereótipo,  porque tem trabalho para todos os tipos de modelos, altura também já não é mais uma coisa que  impede modelar. 

A moda é um mercado muito muito abrangente muito aberto para pessoa de todos os tipos de etnias.  O conselho  para quem tem medo de qualquer que seja  a carreira,  ou sonho é nunca desistir de lutar e estudar que é essencial independente do ramo, ter entendimento da área, não parar Independente das pessoas falarem  para tentar outra coisa, persista  pois uma  hora dá tudo certo".

A carreira de modelo é  rentável realmente ?

Matheus Hava: "Se a pessoa fizer o trabalho só por dinheiro não vale a pena, tem que fazer por paixão, ou prazer e não  por obrigação  por precisar de dinheiro".

A remuneração depende do profissional, mas também tem modelos que vão até 50 e 60 anos trabalhando tranquilamente, com relação a pagamento é uma profissão que se o profissional se dedicar consegue sobreviver só da moda,  vivo só da moda,  não é fácil toda carreira tem seus  dias difíceis, mas  se a pessoa der  o seu   melhor e  sempre  buscar aprender  se atualizar do contrário fica ultrapassado".

 Você não pretende trilhar a carreira de ator? 

Matheus: "Sempre tive vontade de atuar, pretendo um dia começar, estou  tomando curso de inglês  já converso bem os assuntos no idioma.

Você é negro, isso  impacta de maneira positiva ou negativa no mercado da moda?

Matheus: "Antigamente eu acreditava que seria empecilho para mim, mas vejo que não, muitas marcas preferem  modelo negros, e graças a Deus não tive  problemas, as cosas têm  mudado bastante".

Quando virá  à Feira de Santana?

Matheus: "Pretendo esse ano, mas não tenho certeza porque carreira de modelo é imprevisível, sempre há mudanças na agenda  tem todo um planejamento".

 Já fez o acarajé em Berlin?

Matheus: "Não, porque não encontrei os ingredientes, é  difícil achar feijão fradinho aqui {risos}. Estive em uma festa junina e tinha acarajé , comi, mas não  é igual, passou longe do acarajé baiano" finalizou.

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Veja fotos 

Ouça a entrevista com o modelo internacional  Matheus Hava

Reportagem  Luiz Santos e  Ana Meire Dias

 

 

 

 

 

 

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