Marginalizados por conta do seu modo de vida considerado incompatível com a sociedade, os povos ciganos lutam contra o preconceito, por seus direitos e pela preservação de sua cultura.
De acordo com o censo de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui 800 mil ciganos, isso significa que cerca de 0,41% da população brasileira é cigana, divididas em três grandes etnias, são elas, os Calon, Rom e os Sinti.
De acordo com o Instituto Cigano do Brasil (ICB), os ciganos são discriminados e perseguidos a mais de 500 anos no país. “Realmente existem muitos mitos, onde muitos crimes eram atribuídos aos ciganos. Em uma edição do dicionário Aurélio dizia que cigano era trapaceiro”, disse o presidente do ICB, cigano Rogério Ribeiro de etnia Calon.
O ICB possui três anos de existência e tem por objetivo inserir os povos ciganos nas políticas públicas. “70% do nosso povo Calon é analfabeto, chegamos no Brasil em 1874 oriundos de Portugal. Estamos fazendo projetos piloto no Ceará para depois abranger outros estados, no qual buscamos parcerias com instituições para levar cursos profissionalizantes para comunidade. Nós queremos que nosso povo seja inserido nas políticas públicas”, afirma Rogério.
Investigações
Após a execução do tenente Luciano Libarino Neves e do soldado Robson Brito Matos, no dia 13 do mês passado em Vitória da Conquista, dez pessoas foram mortas até esta quarta-feira (03). Deste total, oito foram ciganos. O Instituto Cigano do Brasil solicita apuração do caso.
“Fizemos um relatório, passo a passo, onde citamos as ameaças às torturas, e os ciganos que conseguimos tirar de vitória da Conquista , pedindo uma investigação específica sobre essas mortes”, relatou o presidente.
Segundo Rógerio, A Policia Militar não quer prender, quer matar. “Questionamos se realmente foi confronto, pois nas imagens há sinais de tortura. A Polícia Militar estava entrando nas casas dos ciganos, invadindo as casas. Tivemos 3 adolescentes que foram torturados pelos policiais e uma senhora de 82 anos. Pedimos que se investigue essas 8 mortes dos ciganos, é uma desculpa esfarrapada, esse negócio de confronto”, descreveu.
Para concluir Rogério esclarece, que essa solicitação por investigações mais apuradas, visa preservar a vida do povo cigano. “Não estamos aqui para compactuar coisa errada de cigano, quem cometeu seus delitos tem que pagar sim. Se o negro mata o branco, tem que mantar todos os negros? Se o brasileiro mata o americano, tem que matar todos os brasileiros? Questiona.
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Reportagem Luiz Santos e Engledy Braga
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