Uma forte denúncia de assédio moral no trabalho contra um supervisor de call center em Feira de Santana vem movimentando a internet nas últimas horas. Na noite de sábado (30), a página Mídia Ninja FSA divulgou prints, fornecidos por um funcionário, mostrando um membro do cargo de liderança da empresa ameaçando a equipe de punição caso o trabalho em abril não fosse como ele desejasse.
Em relato num grupo oficial de operadores do call center, o supervisor escreve em caixa alta, com erros ortográficos, um texto afirmando que, caso as metas não sejam batidas, ele será "a pior pessoa" para a equipe.
"Todo tratamento da minha parte será baseado no comportamento de vocês, então acatem sempre o que peço e não teremos problemas nenhum no decorrer do mês de abril, caso contrário, eu serei a pior pessoa pra vocês", diz.
Num outro print, ele diz que vai acompanhar as pausas dos colaboradores. De acordo com uma funcionária em contato com o Conectado News, essa pausa serve para ir ao banheiro, e é garantida por lei. O supervisor afirma que procuraria qualquer motivo para forçar um desligamento. "Diariamente estamos como ofensores do resultado. Não é por falta de cobrança. Eu fico o tempo todo batendo com vocês sobre esse indicador. Hoje eu vou ficar o dia inteiro no pulse, olhando as pausas de vocês", diz ele.
Revoltados com a situação, muitos ex-funcionários, pessoas influentes na cidade de Feira de Santana, e que conhecem a metodologia de pressão psicológica abordada por diversos supervisores na referida empresa, se manifestaram. "Esse supervisor é apenas um de vários. A política de pausas para uso do banheiro, imposta pelos supervisores, é inaceitável e desumana. O direito básico de ir ao banheiro durante o expediente não deveria ser questionado ou controlado de forma tão rigorosa. Essa prática é desrespeitosa com os colaboradores", disse o bacharel em direito Lucas Fiuza.
"Só mais um supervisor opressor. Essa tal empresa todos os supervisores são opressores, exceto alguns", disse uma mulher na publicação. "Existem vários outros supervisores que utilizam o abuso moral com o operadores, uns chegam até fazer ameaças, incentivam a gente enganar clientes para vendermos e gerar lucro para eles, ameaçam a gente afirmando que estão monitorando as ligações e se não tiver no parâmetro que eles desejam, somos suspensos até dois dias", disse uma funcionária em denúncia anônima.
"Vários atendentes estão procurando auxílio médico por causa do psicológico e também as constantes crises de enxaqueca", disse outro colaborador. "[Supervisor] persegue, grita e humilha as pessoas na frente de todo mundo", denúnciou mais um. "Desenvolvi ansiedade e tive início de depressão por conta da supervisora. Cobraças inalcançáveis, ligava pra mim no meio de um atendimento com um cliente, imitava minha voz. Ela mandava mensagem e eu tremia só de imaginar o que viria", ainda comentou uma funcionária.
Esses são apenas alguns dos relatos. Na página, mais de 300 denúncias já foram feitas após divulgação do caso.
A coluna Futricando, do Conectado News, entrou em contato com a assessoria de imprensa da Atento Brasil SA, empresa terceirizada responsável pelo serviço, mas não obeteve retorno até a publicação desta reportagem. A operadora Vivo S.A, produto da empresa, informou que deve enviar uma nota de pronunciamento ao Conectado News na segunda-feira (1).
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