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Economia Eleições Argentinas

"Quem perde mais é a Argentina", diz economista em caso de vitória de Javier Milei

Segunda (23)

23/10/2023 10h30 Atualizada há 2 anos
Por: Hely Beltrão Fonte: Conectado News
Reprodução TV Argentina
Reprodução TV Argentina

As eleições presidenciais argentinas são o assunto mais comentado no momento, perdendo apenas para a a Guerra entre Israel e Hamas no Oriente Médio. O candidato do governo, o economista Sérgio Massa, até as 23h18 de domingo (22), tinha 36,64% dos votos válidos e o candidato de extrema direita, Javier Milei, 30,01%. Com estes números, a disputa da eleição presidencial na Argentina será decidida no segundo turno, em 19 de novembro.

O Brasil tem se mostrado bastante preocupado com uma possível vitória de Javier Milei, por conta de suas declarações polêmicas, como o rompimento de relações com o Brasil, saída do Mercosul e dolarização da economia. O economista da UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana) Antônio Rosevaldo, explica aos leitores do Conectado News, quais os impactos na economia brasileira, em caso de vitória de Milei.

"O Brasil tem hoje na Argentina um dos maiores parceiros comerciais, diria que é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, o volume de comércio é muito grande, dentro da América do Sul é o maior parceiro, importamos peças automotivas, automóveis, trigo, para o nosso pão de cada dia, há essa relação de dependência da economia brasileira para com a Argentina, porém, também vendemos muito para eles, muito mais, essa é a questão, quem perde mais com o rompimento de relações comerciais é a Argentina, esse é o primeiro ponto, segundo, no que se refere a dolarização da economia, acontece que o argentino tem um certo saudosismo da dolarização que foi feita no passado, com o Domingos Cavallo, ministro da Economia na época, assim como pessoas da minha geração no Brasil tem um certo saudosismo do Plano Cruzado, que combateu a inflação, congelando os preços e tudo mais, só que essas ações tem repercussões lá na frente, mas os políticos usam como discurso bonito, o povo argentino gosta muito da dolarização da economia, porém, na prática, quem faz economia sabe que isso é matar a moeda local, vai destruir de vez o peso argentino e submeter a economia argentina ao clima mundial, porquei o dólar varia de acordo com os rumores da economia mundial".

Mercosul

"A terceira questão: acabar com o Mercosul, quem perde é a Argentina, porque ela precisa comprar mais do Mercosul do que vende, ela não tem poder de barganha e não pode dizer: não quero isso para mim, esse discurso político, que ao meu entender se for colocado em prática, como aqui no Brasil, o governo passado tentou fazer, acaba jogando a economia local numa crise muito maior, uma coisa é certa, a Argentina vive uma inflação galopante, é preciso dar um tratamento bom da economia, só diferente do Brasil, a Argentina não tem reserva, o Brasil tem reservas que seguram a variação cambial, qualquer coisa no Brasil, o dólar valorizou, você precisa ter mais reais para comprar dólar, o Banco Central então vende e consegue baixar o valor do dólar, você não fica suscetível a crise internacional, a Argentina não pode fazer isso porque não tem reserva, tomou um empréstimo do FMI (Fundo Monetário Internacional) e não pagou, isso desencadeou uma crise na economia argentina. Javier Milei faz um discurso igual ao feito por Bolsonaro no Brasil, dizendo que ia resolver a dívida interna em um ano, o nióbio solucionaria todos os problemas de exportação brasileira, cortar relações com a Venezuela e até fazer guerra com a Venezuela, mas, quando você se elege, deve abdicar do discurso político, você não pode abdicar da Venezuela, você pode criticar o tipo de governo, mas, precisa do petróleo venezuelano e da gasolina, que chega aqui barato, você briga com seu vizinho, mas ele é quem vende o feijão mais barato, você vai deixar de comprar feijão barato só porque brigou com o vizinho?", concluiu.

Reportagem: Hely Beltrão

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