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Morre músico e escritor baiano Luiz Galvão

Luiz Dias Galvão nasceu em Juazeiro, no norte da Bahia

23/10/2022 16h16
Por: Fonte: Conectado News
Foto: Redes sociais
Foto: Redes sociais

A morte do poeta, escritor e músico Luiz Galvão, na noite de sábado (22), em São Paulo, encerra a trajetória de um agrônomo por formação que fez história na música brasileira.

Luiz Dias Galvão nasceu em Juazeiro, no norte da Bahia, em 22 de julho de 1935, mas seu nascimento só foi registrado dois anos depois, em 1937. Formou-se em agronomia e chegou a exercer a atividade por seis anos, antes de decidir viver de sua arte. Ainda adolescente em Juazeiro, conheceu João Gilberto, de quem foi amigo até o fim da vida do pai da bossa nova.

No livro, “João Gilberto: a bossa”, Galvão fala sobre os anos de amizade através de memórias reunidas pelo poeta. A troca de afeto e a cumplicidade entre os dois gênios seriam determinantes para o destino dos Novos Baianos, que começou a ser traçado a partir de um outro encontro de Galvão.

Em meio aos tempos em que “imperava a mão mais dura da ditadura militar”, como relembra Galvão em “Novos Baianos, a história do grupo que mudou a MPB”, ele se reuniu, em Salvador, com outros dois jovens saídos de cidades do interior do estado. De Santa Inês, no sul da Bahia, vinha Paulo Roberto Figueiredo de Oliveira, o Paulinho Boca de Cantor, e de Ituaçu, no sudoeste do estado, vinha Antônio Carlos Moraes Pires, o Moraes Moreira.

Em 1968, eles criaram o espetáculo que deu origem aos Novos Baianos, Desembarque dos Bichos depois do Dilúvio Universal. O trio ainda ganharia os reforços Baby do Brasil e Pepeu Gomes. Além de Jorge Gomes, Dadi, Charles Negrita, Baixinho, Bola Morais e Gato Félix. Pela lei natural dos encontros, os Novos Baianos começavam a fazer história na música.

Em 1970, Galvão estava com o  grupo, quando se mudaram para um sítio em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, onde seguindo a cultura hippie dos EUA e da Europa em plena ditadura militar brasileira, gravaram trabalhos que se tornaram referência para a música brasileira.

Após uma visita de João Gilberto ao sítio, o grupo lançou em 1972, o álbum “Acabou chorare”, que consagrou os Novos Baianos. O trabalho juntava samba, rock, bossa nova, frevo, choro e baião.

Com a regravação de “Brasil pandeiro”, de Assis Valente, além de “Preta pretinha”, “Mistério do planeta”, “A menina dança”, “Besta é tu” e a faixa título, todas de coautoria de Moraes Moreira.

O disco foi eleito pela revista Rolling Stone como o melhor da história da música brasileira, em outubro de 2007. No total, foram oito discos de estúdio. Há ainda dois álbuns ao vivo, de reuniões do grupo, um de 1997 e outro de 2017.

Luiz Galvão escreveu a maioria das canções gravadas pelo grupo, e musicadas por Moraes Moreira. Entre suas composições estão "Acabou Chorare", "Preta Pretinha" e "Mistério do Planeta".

Além de escrever as composições da banda, Galvão é autor dos livros: "Novos Baianos: A história do grupo que mudou a MPB"; "João Gilberto: a bossa" e "Anos 80: A história de uma amizade na década perdida". O juazeirense ainda lançou o disco Galvão, A Palavra dos Novos Baianos.

Bem humorado e contador de histórias, Galvão deixou em suas obras encontros marcantes com João Gilberto, Tom Zé, Glauber Rocha, toda a parceria e irmandade com Moraes Moreira, Paulinho Boca, Baby e Pepeu.

Fonte G1

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