Eleições presidenciais nos EUA e os efeitos no Brasil

Muito tem se falado a respeito das eleições presidenciais nos Estados Unidos. O Conectado News, sempre antenado com o que acontece no Brasil e no mundo, buscou mais informações sobre esse tema com a Advogada Aléssia Bertuleza, Graduada em Direito pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Mestre em Direito pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Professora de Direito Internacional do Centro Universitário do Rio São Francisco (UNIRIOS).

“É uma alegria falar especialmente pra nossa comunidade de Feira de Santana, onde eu me formei. Com relação à situação nos Estados Unidos, eu e o mundo todo estamos com os olhos voltados para essa contagem de votos, que parece não acabar mais, não é? Eu acho que as eleições dos Estados Unidos tem esse condão, tem essa força de, temporariamente, nos fazer repensar nossa concepção, porque geralmente a gente tem essa tendência de achar que tudo que vem de fora é melhor. E aí nós nos deparamos com um pleito, cuja votação já se encerrou desde terça-feira, e hoje, na quinta, ninguém foi proclamado ainda vencedor, por esse sistema de eleição por meio de delegados, de contagem de votos mesmo.”

A Advogada prosseguiu nas explicações: “no primeiro momento a gente fala ‘mas falta tão pouco, por que não é possível dizer ainda quem ganhou?’ Primeiro porque nós temos ainda estados extremamente importantes, que podem “pôr em xeque” essa contagem e, sobretudo, embora nós já estejamos adiantados na contagem, o próprio presidente atual, o Donald Trump, já disse que vai pedir recontagem em alguns estados. E já deixou claro, como fez ao longo da campanha, que se o resultado não for favorável, ele vai impugnar as eleições judicialmente. Então ainda é tudo muito incerto. É preciso considerar o seguinte: a forma federativa dos Estados Unidos é diferente da nossa, enquanto aqui no Brasil nós temos um poder federal muito mais forte, nos Estados Unidos nós temos isso muito mais descentralizado, os estados com mais força, com mais autonomia. E o sistema eleitoral do Estados Unidos é de acordo para a época para o qual ele foi concebido, desde o século XVIII e se mantém funcionando dessa forma.”

“Sinceramente, como brasileira, é como pesar, que eu digo que nesse momento, o páreo das eleições dos Estados Unidos, qualquer que seja ele, dificilmente será favorável ao Brasil. Infelizmente, o governo brasileiro adotou uma postura de tomar partido e, quando faz isso, é criada uma certa instabilidade, certos desconfortos diplomáticos. Com a eleição do Joe Biden , eu acredito que temos possibilidades de constituir relações, sobretudo comerciais, muito mais favoráveis do que nós temos hoje.” afirma a advogada

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