Durante visita à cidade de Juazeiro, na Bahia, nesta quinta-feira (18), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou novas ações na área da saúde voltadas à reconstrução mamária de mulheres que sofreram mutilações por câncer ou violência. A declaração foi feita durante evento comemorativo pelos 147 anos do município, com a presença de autoridades como o governador Jerônimo Rodrigues (PT) e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
“Cuidar da saúde da mulher é cuidar do Brasil. Seja o câncer, seja a violência que destrói vidas, nós estamos garantindo, pelo SUS, o direito à cirurgia reparadora para que toda mulher que passou por isso possa recuperar sua autoestima. Isso é reconhecimento ao papel da mulher na luta política, na construção da história e na nossa independência. Afinal, se não fossem as mulheres, nenhum de nós estaria aqui”, afirmou Lula.
O anúncio marca um avanço importante no Sistema Único de Saúde (SUS), com a inclusão da cirurgia plástica reparadora de mama como obrigatória para mulheres vítimas de agressões ou doenças como o câncer. Segundo o ministro Alexandre Padilha, essa medida já começa a ser implementada nos estados com maior demanda.
“A cirurgia de reconstrução mamária pelo SUS é um direito. E é mais do que uma questão estética. É saúde, é dignidade, é recomeço. Essa é a missão do novo parque de saúde que estamos estruturando: ampliar o acesso, acolher e cuidar”, destacou Padilha.
Durante o discurso, Lula também relembrou sua própria história para ilustrar a dificuldade de acesso à saúde que muitas pessoas enfrentam no Brasil. Ele recordou o acidente que sofreu aos 17 anos, quando perdeu um dedo enquanto trabalhava ilegalmente à noite em uma metalúrgica, por necessidade. “Se eu não tivesse com o macacão sujo de óleo, talvez o médico não tivesse arrancado meu dedo inteiro”, disse.
O presidente criticou o antigo sistema de encaminhamentos médicos que condenava o paciente a uma espera de meses por exames ou atendimento especializado. “As pessoas iam ao médico, recebiam uma receita e esperavam 10, 11 meses por uma consulta ou exame. Muitas vezes morriam com a receita embaixo do travesseiro. Isso tem que acabar. Saúde é um direito, não é favor”, afirmou.
Lula reforçou que o Estado é o único instrumento capaz de garantir equidade no acesso a direitos básicos. “Eu sempre trabalhei para que o trabalhador, a classe média baixa, tivesse os mesmos direitos que os mais ricos. E só quem pode garantir isso é o Estado. É por isso que estamos aqui, para construir um Brasil mais justo.”
Foto: Onildo Rodrigues
A visita também foi marcada por críticas à política externa dos Estados Unidos. Lula e o governador Jerônimo Rodrigues se posicionaram contra o que classificaram como tentativas de interferência internacional, especialmente no que diz respeito às decisões soberanas do Brasil e ao julgamento de golpistas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“Imagine se um prefeito resolvesse mandar em outro município. Ou um estado quisesse mandar no vizinho. O que está acontecendo é isso: um país querendo mandar no outro. Isso é violação da soberania”, declarou Jerônimo.
Lula foi ainda mais direto: “O Brasil não é e nunca será o quintal dos Estados Unidos. Nós respeitamos todos os países, mas exigimos o mesmo respeito. Quem cuida do Brasil é o povo brasileiro”, declarou o presidente.
O governador Jerônimo também destacou os esforços do Brasil para fortalecer o Mercosul e os BRICS, como forma de resistir às pressões internacionais. “Estamos discutindo política tarifária e de investimentos com os países irmãos. A Bahia, o Brasil, têm muito a contribuir e a ganhar com essa integração”, afirmou.
A visita a Juazeiro integra uma série de agendas do governo federal no Nordeste, com foco em saúde, infraestrutura e desenvolvimento regional.
Com informações: Onildo Rodrigues
Por: mayara Nailanne
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